Walmart: apenas 11 bilhões dos 500 bilhões de dólares faturados pela companhia vêm das vendas digitais (Joe Raedle/Getty Images)
EXAME Hoje
Publicado em 16 de agosto de 2018 às 06h04.
Última atualização em 16 de agosto de 2018 às 07h29.
Como vai o e-commerce do Walmart, o maior varejista do mundo? Essa é a pergunta a ser respondida quando a empresa americana, que recentemente vendeu a operação brasileira ao fundo de investimentos Advent, divulgar seus resultados trimestrais nesta quinta-feira.
A companhia, que faturou mais de 500 bilhões de dólares no ano passado, está em transição para ser um varejo multicanal, vendendo em lojas físicas e no digital, um segmento que respondeu por apenas 11,5 bilhões de dólares de suas vendas nos Estados Unidos. Uma de suas armas para crescer no online é sua presença física: 90% dos americanos vivem a até 20 quilômetros de uma loja do Walmart. O plano é usar essa proximidade para agilizar a entrega das mercadorias.
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O Walmart tem pressa. O e-commerce cresceu 44% no ano passado — e a meta é crescer mais 40% este ano. Para isso, o investimento é o foco. No ano passado, o lucro operacional caiu 10% numa tentativa de trocar o lucro por aumento nas vendas, uma tática que a Amazon praticou durante anos antes de se tornar quase sinônimo de varejo digital.
No primeiro trimestre deste ano, o lucro operacional encolheu 1,6%, apesar de o faturamento ter crescido 4,4%, para 122,7 bilhões de dólares. O Walmart também anunciou a compra da companhia de e-commerce Flipkart, na Índia, por 16 bilhões de dólares, além de anunciar o aporte de outros 2 bilhões em fundos para a indiana e uma parceria de 5 anos com o serviço de nuvem Azure da Microsoft para lutar contra a Amazon e seu serviço de nuvem, o AWS. Apesar disso, o crescimento do segmento de e-commerce no período foi de 33%, abaixo da meta estabelecida pela empresa.
Nesta quinta-feira, é esperado que o faturamento venha em torno de 126 bilhões de dólares, com 1,22 dólar de lucro por ação, acima do 1,08 dólar do ano passado. Com a mudança de foco para o multicanal, concorrentes como o grupo Target têm aumentado a venda nas mesmas lojas a um ritmo mais acelerado que o Walmart, indicando que a empresa pode perder participação de mercado no varejo físico. O equilíbrio é difícil de encontrar.