Repórter
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 08h18.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2025 às 08h31.
A inteligência artificial está transformando os negócios, e empresas que dominam essa tecnologia disputam espaço em um mercado bilionário. O que antes era um recurso experimental se tornou ferramenta essencial para bancos, varejistas, indústrias e governos.
Em meio a essa revolução, a Databricks se posiciona como uma das protagonistas, ao oferecer uma plataforma capaz de integrar dados e IA de maneira escalável e segura.
A empresa, fundada por acadêmicos da Universidade da Califórnia, Berkeley, foi pioneira na criação do Lakehouse, um conceito que, resumidamente, consegue combinar dados organizados com dados brutos, que não tem uma estrutura fixa como uma planilha, por exemplo.
Isso a fez crescer rapidamente e atrair grandes clientes, incluindo 60% das companhias listadas na Fortune 500.
Agora, a Databricks avança no Brasil e na América Latina, onde o crescimento tem sido ainda mais acelerado. Desde a abertura do escritório em São Paulo, no fim de 2023, a operação local dobrou de tamanho, acompanhando um crescimento de 80% na região no último ano.
O Brasil já é um dos dez mercados mais estratégicos para a empresa no mundo. A empresa conta com cerca de 150 funcionários por aqui e espera ampliar significativamente sua equipe nos próximos anos. Além disso, anunciou recentemente a abertura de um terceiro escritório na América Latina, no México.
Globalmente, a Databricks registra um crescimento de mais de 60% ao ano e já alcançou US$ 3 bilhões em receita anualizada. Em dezembro de 2024, a empresa captou US$ 10 bilhões de dólares, o que levou a Databricks a ser avaliada em US$ 62 bilhões.
"Estamos crescendo acima do mercado porque resolvemos um problema real: como extrair valor dos dados das empresas e acelerar a adoção da IA", afirma Marcos Grilanda, vice-presidente e gerente-geral da Databricks para a América Latina.
Fundada em 2013 por pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, a Databricks nasceu como um spin-off do laboratório AMPLab e se tornou referência no processamento de dados em larga escala.
A empresa cresceu rapidamente ao desenvolver o conceito de Lakehouse, que combina as vantagens de um banco de dados tradicional (data warehouse) com a flexibilidade do armazenamento de dados não estruturados (data lake).
Hoje, a Databricks atende mais de 12.000 clientes no mundo, incluindo 500 empresas que geram mais de US$ 1 milhão em receita para a companhia anualmente. No Brasil, clientes como Santander, Nubank, Bradesco e Casas Bahia já utilizam suas soluções para análise de dados e IA.
"Ao integrar diferentes fontes de dados e aplicar aprendizado de máquina e inteligência artificial de forma nativa, conseguimos ajudar empresas a tomarem decisões mais rápidas e estratégicas", explica Grilanda.
A escolha do Brasil como um dos mercados prioritários da Databricks não é por acaso. O país tem uma rápida adoção de tecnologia, uma infraestrutura robusta de computação em nuvem e um setor financeiro altamente digitalizado.
"O mercado financeiro brasileiro é referência global e tem adotado nossas soluções de forma acelerada. Grandes bancos e fintechs utilizam o Databricks SQL e o nosso sistema de governança de dados para melhorar processos e reduzir custos", diz Grilanda. Somente o SQL tem uma receita anualizada de US$ 600 milhões.
Além do setor financeiro, o varejo também tem sido um motor de crescimento. A Casas Bahia, por exemplo, utiliza IA da Databricks para gerar insights sobre vendas e melhorar a experiência do cliente. "Antes, analistas gastavam horas para gerar relatórios. Agora, conseguem acessar essas informações em minutos, simplesmente digitando comandos em linguagem natural", afirma o executivo.
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A Databricks acaba de anunciar uma integração com a SAP, de software e soluções em nuvem, permitindo que clientes utilizem dados de ambas as plataformas sem custos de transferência.
Outro foco da Databricks é o suporte a modelos de código aberto. A empresa integra ferramentas como a chinesa DeepSeek e o Claude, da startup Anthropic, permitindo que clientes escolham a solução que melhor se adapta às suas necessidades.
A Databricks segue como uma empresa privada, mas um IPO está no radar para os próximos anos. "Vai acontecer no momento certo", afirma Grilanda.
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