Los Angeles - O bilionário Daniel Loeb ajudou ao ex-atirador da SEAL Chris Kyle a fazer um filme sobre sua vida, mas deixou passar a chance de investir em “Sniper americano” e ficou de fora dos lucros que estão transbordando do principal filme dos EUA até o momento deste ano.

O envolvimento do titã dos hedge funds oferece informações sobre a gênesis de um dos filmes mais bem-sucedidos – e polêmicos – do ano.

O apoio fornecido por ele, incluindo a apresentação a quem mais tarde seria produtor do filme da Warner Bros., foi fundamental para que a obra se concretizasse.

Loeb recusou uma oferta precoce para investir US$ 250.000 em “Sniper americano”, disse uma fonte que solicitou o anonimato porque a questão era confidencial.

O fundador da Third Point LLC, com sede em Nova York, fez um investimento na Craft International LLC, empresa de treinamento de segurança de Kyle. Essa companhia entrou com um pedido de proteção judicial no ano passado, o que rendeu poucos resultados a Loeb por seus US$ 25.000.

“Embora tenhamos perdido nosso investimento em dinheiro na Craft, fomos recompensados diversas vezes por termos tido o privilégio de conhecer Chris e ajudar um herói americano”, disse Loeb em um comunicado.

Ele poderia ter conseguido uma compensação com “Sniper americano”, caso tivesse investido no filme, em vez de simplesmente ter contribuído para que ele saísse do papel.

Bilheteria

O filme biográfico sobre o atirador mais letal da história dos EUA, com 160 mortes confirmadas, arrecadou US$ 252 milhões em todo o mundo desde que foi lançado, no dia 25 de dezembro, de acordo com a Box Office Mojo.

Ele foi realizado por aproximadamente US$ 58,8 milhões, o que indica que o grande sucesso provavelmente será lucrativo para os investidores.

“Sniper americano”, dirigido por Clint Eastwood, recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator, para Bradley Cooper no papel principal. Algumas personalidades de Hollywood, como o cineasta Michael Moore, criticaram o filme por glorificar os atiradores.

Loeb foi apresentado a Kyle por J. Kyle Bass, um gestor de hedge fund que conhecia o financista de Nova York há duas décadas. Bass é um dos membros do conselho da Feherty’s Troops First Foundation, um grupo sem fins lucrativos, com sede em Laurel, Maryland, que ajuda veteranos feridos que serviram no Iraque e no Afeganistão.

Kyle morou vários meses na casa de Bass e deu aulas de tiro ao alvo no rancho dele. Bass, que dirige a Hayman Capital Management LP, com sede em Dallas, não retornou às ligações em busca de comentário.

Aulas de tiro

Na Barefoot Economic Summit, uma conferência de investidores organizada por Bass em seu rancho, em Larue, Texas, Kyle ensinou Loeb a atirar.

Loeb incentivou Kyle a tentar fazer uma versão cinematográfica do livro dele de 2012, “Sniper americano”. Loeb também apresentou Kyle a Peter Morgan, um amigo de infância do gestor, que decidiu produzir o filme.

Além disso, Loeb apresentou o veterano a agentes de Hollywood, que o ajudaram a negociar os direitos do filme.

Campo de tiro

Kyle foi assassinado em um campo de tiro no Texas, supostamente por um veterano desvairado que o atirador estava ajudando. O advogado de defesa, J. Warren St. John, disse por e-mail que seu cliente vai se declarar inocente por insanidade mental.

Loeb e Bass ajudaram Kyle na transição à vida civil, de acordo com Scott McEwen, que escreveu o livro de Kyle junto com Jim DeFelice.

“As pessoas entendem”, disse McEwen sobre o sucesso do filme. “Estivemos em guerra durante 13 anos, e essa é a história contada do ponto de vista do guerreiro”.