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Daimler teria manipulado motores a diesel de 1 milhão de carros

O caso foi revelado pela imprensa alemã com base em documentos de uma investigação sobre a montadora

Daimler: os motores são utilizados principalmente em modelos Mercedes (Thomas Niedermueller/Getty Images)

Daimler: os motores são utilizados principalmente em modelos Mercedes (Thomas Niedermueller/Getty Images)

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AFP

Publicado em 13 de julho de 2017 às 08h46.

A montadora alemã Daimler pode ter manipulado dois tipos de motores de quase 1 milhão de veículos para que parecessem menos poluentes nos testes de controle, algo parecido com o que fez a compatriota Volkswagen, informou a imprensa alemã.

"A empresa de Stuttgart teria vendido na Europa e nos Estados Unidos, durante quase uma década, de 2008 a 2016, carros com um nível de emissões poluentes elevado e não autorizado", afirma o jornal Süddeutsche Zeitung, em uma reportagem que teve a colaboração dos canais regionais NDR e WDR.

Os três meios de comunicação tiveram acesso a um documento da investigação que inclui dados sobre operações de busca em uma dezena de prédios da Daimler na Alemanha.

De acordo com o documento, "os carros e pequenos utilitários, nos quais teriam sido manipularas as medidas de emissões de poluentes, estão equipados com motores OM 642 e OM 651", segundo o Süddeutsche Zeitung.

Quase um milhão de veículos poderiam estar envolvidos. Os motores são utilizados, principalmente, em vários modelos Mercedes, segundo o jornal.

Nas operações de maio eram procurados "documentos conclusivos e materiais de armazenamento de dados" para apoiar a investigação aberta em março contra funcionários da Daimler, por suspeitas de "fraude" e "publicidade enganosa" sobre os níveis de poluição reais dos veículos.

Este seria um caso parecido ao da Volkswagen, revelado em setembro de 2015, que manipulou 11 milhões de veículos para que o sistema de redução de emissões poluentes fosse acionado apenas durante os testes oficiais, enquanto permanecia apagado quando o veículo estava nas ruas.

Segundo o documento consultado pela imprensa, a investigação apontaria apenas para duas pessoas que trabalharam no desenvolvimento de programas para os motores a diesel. Nenhum integrante de diretoria estaria envolvido.

A montadora alemã enfrenta nos Estados Unidos uma série de denúncias coletivas por suposta publicidade enganosa a respeito das emissões de gases poluentes dos veículos a diesel.

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