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Da incorporação para a locação: herdeiro da família Rossi deve faturar R$ 30 milhões com short-stay

Rafael Rossi é dono da startup Conviva, de locação para curtas temporadas, e da incorporadora Huma

Rafael Rossi, da Conviva: nós vamos crescer mais de 100% neste ano (Conviva/Divulgação)

Rafael Rossi, da Conviva: nós vamos crescer mais de 100% neste ano (Conviva/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 22 de março de 2024 às 13h37.

Última atualização em 22 de março de 2024 às 17h20.

Herdeiro de umas famílias mais conhecidas do mercado imobiliário, donos da construtora Rossi, o economista Rafael Rossi tem mudado os caminhos de sua jornada empreendedora. Ele é o dono de duas empresas, a incorporadora Huma e a startup Conviva, de locação para curtas temporadas.

Rossi começou a empreender em 2012, logo após um período de 8 anos nos negócios da construtora familiar. Lá, passou pelas áreas de tecnologia de informação, marketing e membro do conselho de administração. 

Saiu para criar a Huma, uma incorporadora com um apelo de boutique, com prédios menores e valorização de projetos arquitetônicos. Na crise de 2016, sentiu a queda de mercado e viu uma oportunidade: as locações de curta temporada - short stay no linguajar do mercado.

Estava aberto o caminho para a Conviva, startup criada para fazer a operação e gestão dos apartamentos. O negócio cresceu à margem da Huma, mas o cenário mudou. Desde 2022, é a empresa que mais brilha os olhos do empresário. 

A virada de chave nos negócios

“Eu  fiz uma virada de chave e comecei a dedicar o maior tempo para este negócio”, afirma Rossi. A motivação para a mudança veio partir de uma série de fatores: 

  • a perceção de o aluguel de curta temporada ser um mercado crescente
  • a aumento da produção imobiliária, o que deve demandar operadores profissionais
  • a elevação do tíquete médio das locações 
  • a oportunidade de fazer ajustes rápidos na operação, ao contrário do mercado de incorporação, que trabalha com projetos de ciclos longos 

Em 2021, a empresa faturava R$ 4 milhões, número que subiu para R$ 13 milhões dois anos depois. A expectativa para 2024 é mais do que dobrar esse resultado, chegando a R$ 30 milhões. “Esse é um crescimento que já está contratado. Se algo mudar, podemos ter alta 20% acima disso”, diz Rossi.

A Conviva opera com pouco mais de 300 apartamentos, o que inclui os serviços de atendimento, manutenção dos espaços e a gestão das locações.  

Os imóveis estão majoritariamente em São Paulo, um foco que Rossi pretende manter até para diminuir a complexidade logística do negócio e ampliar as margens. “Neste negócio, você tem que ter alguma concentração geográfica para ter sinergia”, afirma o empreendedor. Até o fim de 2024, espera superar o número de 400. 

Na média, os hóspedes ficam 5 dias e meio. O tíquete médio gira em torno R$ 2,160. Por mês, o negócio contabiliza cerca de 1.700 locações. Atualmente, 80% da carteira são em prédios que não foram incorporados pela Huma e pertencem a investidores, empresários ou a outras companhias.

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O modelo deu guinada em especial no pós-pandemia, em muito pela facilidade na oferta das hospedagens pelo Airbnb, que representa 60% das locações da Conviva. “O Airbnb ajudou a tirar a fricção da locação por temporada no Brasil, antes muito restrita a casas de veraneio”, afirma Rossi. Booking, 20%, Conviva, 15%, e Decolar e o Grupo Expedia, 5%, aparecem na sequência.

Quais são os próximos passos do negócio

Globalmente, este é um mercado que movimentou US$ 109,76 bilhões em 2022, segundo dados da Grand View Research. E a projeção é de que avance mais de 100% até 2030, com receita superior a US$ 256 bilhões.

Em busca de acompanhar o ritmo do mercado, previsto para crescer em taxas anuais acima de 10% pelo mundo, uma nova fronteira que Rossi está desenhando é a construção de imóveis próprios para a locação. 

O projeto passa por captar recursos de investidores e family offices para subir os prédios. No modelo, a Huma ficaria com a parte da construção e a Conviva assumiria a operação e locação.

“A vontade é de fazer prédios não para vender, mas para oferecer o short stay, trazendo grupos de investidores, como fundos fiduciários e fundos imobiliários”, afirma Rossi. A unidade entra como um complemento ao atual formato das operações dos dois negócios do empreendedor.  As conversas estão em andamento.

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