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Da comédia ao tabuleiro: Fábio Porchat vira sócio de empresa geek que vai faturar R$ 20 milhões 

Artista adquiriu 10% do negócio por R$ 2,15 milhões e vai atuar como diretor criativo da empresa

Fábio Porchat: ator e comediante quis expandir seus negócios e focou em algo que gosta de fazer, jogar tabuleiro (Vinicius Caldas / D20/Divulgação)

Fábio Porchat: ator e comediante quis expandir seus negócios e focou em algo que gosta de fazer, jogar tabuleiro (Vinicius Caldas / D20/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 14 de setembro de 2023 às 10h00.

Última atualização em 14 de setembro de 2023 às 10h15.

Que o humorista Fábio Porchat gosta de fazer as pessoas darem risada, não é novidade. O artista fez sucesso (e dinheiro) com negócios que caíram no gosto do público, principalmente com o Porta dos Fundos, produtora audiovisual em que é ajudou a criar. Agora, está de olho em outra frente de entretenimento, juntando algo que também gosta muito: jogos de tabuleiro. 

“Eu sempre gostei muito de jogar, e nos últimos anos, os adultos perderam a vergonha de falar que gostam de jogar, que gostam de RPG”, diz. “E os geeks começaram a dominar o mundo! Vemos as séries americanas que tem os caras legais jogando. E eu tenho jogos, reúno as pessoas em casa para jogar, é um mundo que tenho conhecimento e proximidade”. 

O artista acaba de adquirir 10% e de entrar como sócio da D20 Culture, uma empresa que desenvolve propriedades intelectuais. São marcas e histórias que podem virar jogos de tabuleiro, de cartas, RPG e até produtos licenciados, como mochilas e camisetas. Porchat aportou 2,15 milhões de reais na companhia pela participação societária.

“Queria expandir os negócios e começar a entrar em outros ambientes, mas que não fugissem do meu lado criativo”, diz Porchat. “Quando me falaram sobre a D20, entendi que teria um espaço para pensar em conteúdos, jogos e expandir para criar filmes, séries, eventos. Serão muitas possibilidades”. 

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O que faz a D20

Fundada no final de 2022 por Peterson Rodrigues, a empresa nasceu como um produto de streaming em episódios semanais voltado para o público geek. No entanto, pouco a pouco, a D20 passou a diversificar o seu portfólio de propriedades voltadas para o entretenimento. 

“A gente dança nessa área produzindo conteúdos próprios e também trazendo licenciamentos do exterior”, afirma Rodrigues. “A gente pensa por exemplo em um jogo de tabuleiro, mas queremos fazer produtos 360º com a história do jogo. Filmes, cenas, mochilas, tudo o que for possível, porque a gente desenvolve a propriedade intelectual, a história, a marca”. 

Entre os principais cases, estão as ativações para o lançamento do filme Dungeons & Dragons e uma plataforma de geração de histórias interativas para jogar no WhatsApp. Para o futuro, conforme conta o fundador, a D20 tem alguns projetos em seu radar de investimento. 

  • Fuga do Sanatório Moreau: um jogo de tabuleiro que desmistifica doenças mentais;
  • Skyfall: RPG de fantasia trágica 
  • Jogo de carta baseado em grandes músicos e bandas de Heavy Metal. 

Como Porchat entrou na sociedade

Os fundadores e até então sócios da D20 vinham do mercado de games. Rodrigues fazia eventos para gamers e atuava também no braço comercial, integrando marcas que não eram desse universo nas feiras e eventos. Atual diretor editorial, Pedro Coimbra trabalhava com educação e estudava sobre gamificação do aprendizado. Além disso, tinha um dos primeiros canais dedicados a RPG no Brasil. 

“Estávamos querendo alcançar um mercado maior do que temos hoje”, diz Coimbra. “Hoje temos financiamentos coletivos dentro da própria bolha para apoiar nossos projetos. Estávamos procurando alguém que conseguisse levar a D20 para outro nível, chegando inclusive ao entretenimento mainstream”.

Foi quando Porchat entrou na conversa. “Estávamos buscando uma pessoa com perfil criativo, que gostasse desse ambiente de games, que quisesse cocriar e com uma presença relevante mainstreaming”, afirma Coimbra. “Nos apresentamos, aproximamos a conversa e a parceria aconteceu”.

Calhou, também, que Porchat buscava por um novo negócio para investir. “Procurei meu financeiro e falei que queria expandir os negócios. Até sugeri abrir um restaurante, mas minha equipe me perguntou o que eu entendia de restaurante, e a resposta era: nada. A dica que me deram era focar no entretenimento. Entendo de entretenimento, de teatro, cinema, faço coisas culturais, é isso que sei fazer”. 

Porchat vai assumir o cargo de diretor criativo. Ele vai ajudar com ideias e sugestões de histórias, meios e canais para vinculação das propriedades intelectuais. Os próximos passos já são fazer as primeiras reuniões para discutir as “ideias malucas” que vão tirar do papel. “Eu gosto muito de entrar em algo que está começando a virar tendência”, diz o artista. “Gosto de ser a cabeça do cometa e não a cauda. Nos Estados Unidos, os jogos de tabuleiro já estão bem definidos, mas aqui no Brasil, as coisas estão acontecendo agora, começando a acontecer”.

Pelo mundo, o mercado de games movimenta 25 bilhões de dólares ao ano, apresentando um crescimento na linha dos 12% ano após ano. Um ponto importante de mercado que os sócios visualizam é que, além de ser um mercado de consumidores crescentes, os clientes são muito engajados e realmente consomem os produtos do setor. 

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Quais as metas 

  • Lançamento de três jogos ainda em 2023, sendo um jogo de tabuleiro, outro de cartas e um RPG
  • Faturar 5 milhões de reais em 2023
  • Faturar 20 milhões de reais em 2024, com a ampliação de linhas de produtos, novos projetos e novos canais 
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