Plataforma da Petrobras: custo com produção impactaram lucro da companhia no 2º trimestre (Bruno Veiga/Divulgação)
Daniela Barbosa
Publicado em 15 de agosto de 2011 às 20h40.
São Paulo - O lucro registrado pela Petrobras no segundo trimestre do ano ficou praticamente empatado com os ganhos da companhia somados nos três primeiros meses de 2011, embora a receita de vendas da companhia tenha crescido 12% na comparação de um período a outro.
De acordo com Almir Barbassa, diretor de relações com investidores da Petrobras, os gastos no período foram maiores, principalmente, porque houve aumento de custos na produção.
"Tivemos maiores gastos com intervenção e em poços e manutenção. Além disso, importamos derivados e pagamos preço internacional", disse o executivo em coletiva com a imprensa, nesta segunda-feira (15/8). "O custo total cresceu, mas espera uma redução no custo médio para os próximos períodos", disse
No segundo trimestre, a Petrobras registrou lucro de 10,98 bilhões de reais, no trimestre anterior os ganhos atingiram 10,94 bilhões de reais. A receita com vendas cresceu 12% no período, saltando de 54,8 bilhões de reais para 61,4 bilhões de reais.
"Apesar de positivo para o pagamento de nossas dívidas que são em dólares, o efeito câmbio teve um impacto negativo de 2,8 bilhões de reais nos nossos resultados financeiros no primeiro trimestre do ano", afirmou Barbassa. De acordo com ele, as medidas para adequar o câmbio a uma realidade mais competitiva para o país é prioridade.
As incertezas econômicas vividas pelos países desenvolvidos é outro ponto que preocupa e pode impactar o desempenho da estatal. "Ainda não dá para prever se essa crise financeira vai contaminar ou não os países emergentes, que hoje são os principais mercados de exportação", afirmou Barbassa.
Diante de tal cenário, a Petrobras prefere trabalhar com um patamar conservador de preço do barril de petróleo, 80 dólares. Segundo o executivo, se o valor for mantido está tudo bem para a companhia.
Investimentos
Os aportes feitos pela Petrobras no segundo trimestre do ano também ficaram em linha com o montante investido no primeiro trimestre do ano. Nos seis primeiros meses de 2011, a companhia desembolsou 32 bilhões de reais, queda de 16% na comparação com o mesmo período de 2010.
"Os investimentos foram menores e isso não descarta revermos a previsão de 84 bilhões de reais previstas para 2011. Mas tudo nos leva a crer que temos condições de atingirmos nossas projeções", afirmou o executivo.