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Cultura da Netflix é "anti-Apple", diz presidente

Além de não limitar as licenças e férias dos funcionários, outra expressão da cultura de liberdade dentro da empresa é a transparência das informações

Reed Hastings: a cultura da Netflix promove a liberdade e a coragem de se posicionar e tomar decisões (Steve Marcus/Reuters/Reuters)

Reed Hastings: a cultura da Netflix promove a liberdade e a coragem de se posicionar e tomar decisões (Steve Marcus/Reuters/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 16 de abril de 2018 às 16h59.

Última atualização em 16 de abril de 2018 às 17h00.

São Paulo - Com férias ilimitadas e licença maternidade e paternidade de até um ano, a cultura interna da Netflix é bastante voltada à liberdade dos funcionários. Foi essa característica que levou o presidente da companhia, Reed Hastings, a dizer que a Netflix "é anti-Apple".

"Há muita liberdade", disse ele durante uma entrevista dada ao curador do TED Chris Anderson, na conferência TED no Canadá.

Além de não limitar as licenças e férias dos funcionários, outra expressão da cultura de liberdade dentro da empresa é a transparência das informações. Todos os funcionários recebem atualizações sobre outros projetos da empresa, mesmo que não trabalhem naquele departamento.

"A Apple compartimentaliza os dados, nós fazemos o oposto. Todos recebem todas as informações", disse ele, de acordo com a revista Wired, que esteve presente no evento.

O método também garante que o próprio presidente fique a par do que acontece na companhia. "Fico sabendo, toda hora, de grandes decisões que são tomadas, nas quais eu não tive nenhum envolvimento", afirmou ele de acordo com a Wired.

Esse ideal não surgiu naturalmente para Hastings, mas sim do fracasso da cultura de sua antiga empresa, a Pure Software. “O erro na Pure foi que, cada vez que tínhamos um erro significativo – as vendas não iam bem, tinha um bug no código – tentávamos pensar em quais processos poderíamos ter para garantir que isso não acontecesse de novo”, lembra.

“O que falhamos em entender é que, ao deixar todos os sistemas à prova de erros, teríamos um sistema em que só pessoas iniciantes gostariam de trabalhar. O nível intelectual médio caiu, o mercado inevitavelmente mudou e não conseguimos nos adaptar, porque tínhamos um monte de gente que dava valor a seguir processos e não pensar”, disse ele ao podcast Masters of Scale, em que empreendedores e executivos falam sobre seus desafios e lições de carreira.

Em sua nova empresa, ele tentou corrigir o erro. Hoje, a cultura da Netflix promove a liberdade e a coragem de se posicionar e tomar decisões.

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