Havana - Cuba acusou nesta segunda-feira os Estados Unidos de "roubo descarado" de sua marca emblemática de charutos Cohiba, após uma decisão de uma comissão federal americana favorável à companhia General Cigar, em uma disputa comercial de quase 16 anos com a empresa cubana Cubatabaco.

"O roubo descarado de marcas cubanas nos Estados Unidos continua sendo amparado por autoridades federais neste país", disse o portal governista Cubadebate (www.cubadebate.cu), destacando que o problema dos charutos se soma a outro similar sobre o rum cubano.

O jornal oficial Granma disse que a Comissão de Julgamentos e Apelações sobre Marcas Registradas dos Estados Unidos "julgou que a empresa General Cigar Co. Inc. pode seguir utilizando o nome da marca registrada Cohiba para seus charutos nos Estados Unidos", rejeitando "o pedido da Cubatabaco de que fosse cancelado".

Segundo o Granma, a comissão americana resolveu que, "como os tribunais decretaram que a Cubatabaco não pode vender seus charutos nos Estados Unidos devido ao bloqueio" que Washington impôs à ilha em 1962, "não tem personalidade jurídica para pleitear neste país a marca registrada Cohiba".

O jornal destacou que este veredicto é o "mais recente em uma batalha legal de quase 16 anos" entre a General Cigar, companhia com sede em Richmond, Virgínia (leste), e subsidiária da empresa sueca Match AB, e a Cubatabaco pelos Cohiba, marca criada em 1966, registrada em 1969 e a de maior prestígio no mundo dos charutos.

A General Cigar vende seus Cohiba, produzidos na República Dominicana, "desde o início da década de 1980 e recebeu seu primeiro registro desta marca em território americano em 1981", disse o Granma.