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CSN tem prejuízo de R$ 250 mi no 3ºtrimestre

O volume de aço vendido pela CSN no período caiu 17% na comparação com os mesmos meses do ano passado


	A companhia informou uma geração de caixa (Ebitda) de R$ 977 milhões, queda de 40%
 (Divulgação)

A companhia informou uma geração de caixa (Ebitda) de R$ 977 milhões, queda de 40% (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de novembro de 2014 às 08h28.

São Paulo - Com o minério de ferro registrando mínimas históricas nos preços e um mercado doméstico fraco, a Companhia Siderúrgica Nacional fechou o terceiro trimestre do ano com prejuízo de R$ 250,4 milhões, revertendo lucro de R$ 503 milhões no mesmo período de 2013. O resultado veio após as rivais Usiminas e Gerdau também divulgarem balanços fracos no trimestre (leia mais abaixo).

O volume de aço vendido pela CSN no período caiu 17% na comparação com os mesmos meses do ano passado, pressionando a receita da empresa, que também registrou queda de 17%. Para o quarto trimestre, a siderúrgica espera um cenário de estabilidade de preços de aço no Brasil. Mas, para o próximo ano, com a expectativa de que o dólar passará a R$ 2,75, a empresa avalia que pode haver espaço para reajuste de preços.

"Com o dólar a R$ 2,40 a R$ 2,60, a importação de aço fica inviável. Como estamos vendo o dólar a R$ 2,75 para o ano que vem, poderemos pensar num futuro próximo sobre uma correção de preços", disse o diretor comercial da siderúrgica, Luís Fernando Martinez, durante teleconferência com analistas.

A companhia informou uma geração de caixa (Ebitda) de R$ 977 milhões, queda de 40% em relação a 2013. Mas a divisão de mineração viu um tombo bem maior, de 77% no Ebitda, a R$ 203 milhões. Com isso, a participação da área na geração de caixa da CSN, que um ano atrás era de mais de 50%, caiu a menos de 20%. "Ao fim do terceiro trimestre, o preço do minério de ferro no mercado (...) registrou o menor valor dos últimos cinco anos, atingindo US$ 77,75 por tonelada. Comparado aos US$ 134,50 por tonelada verificados no início de 2014, a queda de preço atinge 42%", afirmou a CSN.

Dívida

Na teleconferência com analistas, o diretor de relações com investidores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), David Salama, revelou que a empresa está preocupada com o tamanho da dívida e trabalha para reduzir a alavancagem. "Podemos postergar alguns investimentos, pois estamos revendo para focar nos que tem maior rentabilidade." A alavancagem da CSN, medida pela relação dívida líquida e Ebitda ajustado, subiu de 2,7 vezes para 3,2 vezes do segundo para o terceiro trimestre. A dívida líquida é de R$ 17,6 bilhões.

Além do remanejamento dos investimentos, o executivo mencionou a redução de custos e a revisão de contratos. "É em cenário desafiador e a CSN fará a sua parte, seguindo os mercados, com melhoria de eficiência, redução de capital de giro e adequação dos níveis exigidos."

Salama disse ainda que uma comitiva de executivos dos sócios asiáticos da divisão de mineração Namisa está em São Paulo para uma rodada de negociações sobre o plano da CSN de fundir a mineradora com sua mina Casa de Pedra, em Minas Gerais. A CSN tem 60% da Namisa e o grupo dono da participação restante é liderado pela trader japonesa Itochu, ao lado das siderúrgicas japonesas JFE Steel, Kobe e Nisshin Steel, além da sul-coreana Posco e a taiwanesa China Steel. 

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