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CSN prevê aportes de R$ 3,1 bilhões em 2013

O diretor executivo de Relações com Investidores da CSN, David Salama, admitiu que há uma preocupação interna com o nível de endividamento (alavancagem)


	CSN:  a siderúrgica projeta vendas de 6,2 milhões de toneladas de aço no ano, após o recorde de 5,8 milhões em 2012.
 (Bia Parreiras/EXAME)

CSN:  a siderúrgica projeta vendas de 6,2 milhões de toneladas de aço no ano, após o recorde de 5,8 milhões em 2012. (Bia Parreiras/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2013 às 18h59.

Rio - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) terá mais um ano de investimentos pesados em 2013, um desafio para manter o caixa sob controle. O orçamento da CSN será semelhante ao de 2012 e prevê aportes de R$ 3,1 bilhões, dos quais 74% em projetos de expansão, como o da mina de Casa de Pedra (MG), da usina de aços longos em Volta Redonda (RJ) e da obra da ferrovia Transnordestina, controlada pela siderúrgica do empresário Benjamin Steinbruch.

O diretor executivo de Relações com Investidores da CSN, David Salama, admitiu nesta segunda-feira, em teleconferência com analistas, que há uma preocupação interna com o nível de endividamento (alavancagem) da CSN. A relação entre a dívida líquida e a geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da CSN chegou a 3,47 vezes em 2012.

O nível considerado aceitável no setor de commodities para o endividamento é de até 3 vezes a geração de caixa. A meta da CSN é chegar ao fim de 2013 abaixo desse patamar, contando com uma alta de preços e das vendas de aço e minério. A siderúrgica projeta vendas de 6,2 milhões de toneladas de aço no ano, após o recorde de 5,8 milhões em 2012.

Novas revisões de preços do aço, além dos 5% anunciados para este ano, também podem ocorrer, o que contribuirá para o reforço de caixa. A recuperação de preços é associada à redução das importações do produto, como explicou o diretor executivo comercial Luís Fernando Martinez. No caso do minério de ferro, estimou embarques de 29 milhões de toneladas, chegando a 36 milhões com transferências para consumo próprio e compras de terceiros.

Para o analista Marcelo Aguiar, do Goldman Sachs, a alavancagem da CSN não é baixa mas não levará a empresa a fazer uma chamada de capital. A preocupação do mercado é com o que virá mais à frente, em função do alto comprometimento com projetos e piores perspectivas de preços para o minério em 2014 e 2015.

Pressionada pelo alto nível de alavancagem e o forte programa de investimentos, a CSN tende a ter mais dificuldade em captar recursos. Assim, um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será crucial numa eventual aquisição da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), posta à venda pela alemã ThyssenKrupp em 2012. "A CSN só consegue comprar se houver acordo com o banco", avalia Aguiar.

Nesta segunda-feira, Salama disse que não houve até agora uma "oferta vinculante". No mercado, circula que a siderúrgica de Steinbruch fez uma proposta de US$ 3,8 bilhões pelas unidades da Thyssen no Brasil e nos Estados Unidos. No plano de investimentos da CSN para 2013, o segmento de mineração receberá R$ 660 milhões em recursos para tocar as expansões da mina de Casa de Pedra e da Namisa. A área de cimentos receberá R$ 160 milhões e a usina de longos, que começa a operar em agosto, R$ 370 milhões. Só a Transnordestina deverá receber aporte de R$ 1 bilhão.

Salama destacou que a CSN está em vias de fechar um novo plano de ação para a ferrovia com o governo federal, equacionando o financiamento e esclarecendo o retorno sobre capital investido. Desde 2009, o projeto da Transnordestina consumiu R$ 4,2 bilhões, mas não trará retorno à CSN antes de 2016, quando está previsto o início da operação.

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