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CSN guarda R$ 11,5 bilhões em caixa para aquisições

Empresa fechou o trimestre com 11,5 bilhões de reais em caixa

CSN: O último movimento bem sucedido de compra da CSN foi a aquisição de uma fatia minoritária (16,1%) da mineradora australiana Riversdale (ARQUIVO)

CSN: O último movimento bem sucedido de compra da CSN foi a aquisição de uma fatia minoritária (16,1%) da mineradora australiana Riversdale (ARQUIVO)

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2010 às 17h02.

São Paulo – A CSN encerrou o terceiro trimestre com 11,5 bilhões de reais em caixa. A empresa tem mantido uma posição de caixa muito alta para estar preparada para alguma oportunidade de aquisição no mercado, afirmou Paulo Penido Marques, diretor de relações com investidores da CSN, em teleconferência com analistas realizada hoje (29/10).

"Estamos preparados, se alguma chance aparecer", disse Marques. Esta não é a primeira vez que a siderúrgica tenta crescer por meio de aquisições. Nos últimos cinco anos, a empresa controlada por Benjamin Steinbruch envolveu-se, sem sucesso, na disputa por diversos ativos, como a famosa disputa com a indiana Tata Steel pelo controle da siderúrgica anglo-holandesa Corus em 2007.

Entre o final do ano passado e o início deste, a CSN também disputou uma fatia da fabricante portuguesa de cimentos Cimpor, com o intuito de diversificar suas áreas de atuação. Na briga, a companhia foi batida por outras duas brasileiras - a Votorantim e a Camargo Corrêa, que aproveitaram a saída da francesa Lafarge e de investidores portugueses para entrar no capital da Cimpor.

A tentativa de compra da cimenteira causou ruído no mercado. De acordo com o analista Rodrigo Ferraz, em relatório da corretora Brascan, a iniciativa "tornou as estratégias operacionais de longo prazo da CSN mais incertas e suscitou dúvidas quanto à prioridade do segmento siderúrgico para a companhia."

O último movimento bem sucedido de compra da CSN foi a aquisição de uma fatia minoritária (16,1%) da mineradora australiana Riversdale, realizada em duas etapas, entre o final de 2009 e o início deste.

Resultados

A CSN registrou lucro líquido de 720 milhões de reais de julho a setembro, uma queda de 37% em relação a 1,15 bilhão de reais no mesmo período de 2009. A receita líquida da CSN foi de 3,95 bilhões de reais no trimestre - indicando crescimento 32%.

O ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 1,83 bilhão de reais no terceiro trimestre, contra 992 milhões de reais no mesmo trimestre de 2009. A margem de ebitda foi de 46% - no mesmo período de 2009 ela foi de 33%.


Os números operacionais vieram abaixo do esperado, segundo relatório da Brascan. No trimestre, o volume de vendas foi de, aproximadamente, 1,2 milhão de toneladas - uma queda de 10,5% em relação ao mesmo período de 2009.

Os pontos positivos destacados pelo relatório foram a redução de 2% nos custos de produção por tonelada no segmento de siderurgia, o crescimento significativo nas vendas de minério, a recuperação nas vendas de cimento e a produção de 7 milhões de toneladas de minério de ferro no terceiro trimestre.

Entre os pontos negativos, a Brascan destacou a queda na participação das vendas ao mercado interno, a redução de 19% nas vendas de zincados e laminados a frio para o mercado interno e o aumento de 80 milhões de reais na linha "outras receitas e despesas".

A CSN pretende fazer uma grande mudança da estratégia. Ela acredita que vai ser tornar naturalmente um grande player da construção civil no país – e oferecer soluções completas, de vergalhão, unidades de corte e dobra, logística, entre outros - segundo Luiz Fernando Martinez, diretor comercial da CSN.

Importações     

O setor de aço anda preocupado com as importações no setor. A CSN preocupa-se mais com as importações de produtos acabados. "Não gostaríamos de ser uma Argentina e nos desindustrializar", disse Martinez. A empresa acredita que as importações devem diminuir em 2011.

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