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Crise pode levar Cosan de volta às compras, diz Ometto

O executivo acredita que os preços do açúcar podem ficar estáveis e a presença do Brasil no mercado internacional deve ganhar força

A companhia cresceu muito por meio de aquisições nos últimos anos (.)

A companhia cresceu muito por meio de aquisições nos últimos anos (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Jataí, Goiás - A Cosan, maior produtora mundial de açúcar e etanol a partir de cana, pode voltar a comprar usinas ainda este ano se os preços se mostrarem compatíveis com o retorno do investimento, afirmou Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do Conselho de Administração da companhia.

"A crise financeira trouxe muita coisa à realidade, então os preços de usinas estão vindo a uma realidade compatível com o retorno do investimento", disse Ometto a jornalistas nesta quinta-feira, em Jataí (GO).

"E tão logo isso chegue ao patamar que a gente acha que é um bom investimento (...), nós voltaremos às compras", afirmou Ometto, acrescentando que vê essa movimentação ainda este ano.

A companhia cresceu muito por meio de aquisições nos últimos anos e o mercado de açúcar e álcool no Brasil, ainda bastante pulverizado, passa por um movimento de forte consolidação.

Sobre construir usinas fora do Brasil, uma idéia que alguns grupos têm considerado, Ometto disse não acreditar ser um projeto viável para a Cosan, uma vez que considera o Brasil a melhor região para a produção de açúcar e etanol para a companhia.

"Isso pra mim não faz sentido nenhum. O Brasil é o melhor lugar do mundo para você plantar cana e produzir açúcar e álcool, então não faz sentido nenhum eu ir para outros países," afirmou o executivo durante evento de inauguração da nova usina da Cosan no município goiano.

O executivo acredita que os preços do açúcar podem ficar estáveis e a presença do Brasil no mercado internacional deve ganhar força.

"O que você vai ver é que o mercado vai estar cada vez mais equilibrado. O Brasil cada vez mais dominando o mercado mundial de açúcar. Isso cria a condição de a gente manter os preços mais estáveis, com menos volatilidade", projetou ele, afirmando que os níveis atuais devem ser mantidos. 


Em relação à parceria com a petroleira Shell, anunciada em fevereiro, o executivo limitou-se a garantir que "vai bem."

"Eu tenho que me disciplinar porque eu gosto muito de falar sobre isso, mas se eu falar a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vem atrás de mim.... o que eu posso dizer é que vai muito bem."

Jataí

A Cosan inaugurou nesta quinta-feira, em Jataí, sua nova usina para a produção de etanol, na qual foram investidos cerca de 1 bilhão de reais entre as operações agrícola, industrial e administrativa.

A capacidade instalada da nova planta da companhia é para a produção de 370 milhões de litros de etanol por safra.

"Em 2005, nós procuramos um bom lugar em termos de produtividade, em termos de escoamento, em termos de clima e nós escolhemos dentro dessa região de Goiás... seria Jataí a primeira usina que a gente faria em termos de usina fora de São Paulo", disse Pedro Mizutani, presidente da divisão Cosan Açúcar e Álcool.

Segundo ele, parte da produção será distribuída no Estado de Goiás e o restante para São Paulo.

"O estado de Goiás não comporta consumir todo o etanol produzido no Estado... A idéia é que 50 por cento fique aqui", explicou ele.

A usina de Jataí deve moer 2 milhões de toneladas de cana este ano, o equivalente a uma produção de 180 milhões de litros de álcool, segundo o executivo.

"A capacidade pode chegar a 4,5 milhões, mas a moagem é prevista em 4 milhões em período normal de safra", completou. 


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