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O setor de seguros deve crescer entre 6,9% e 7,5%, segundo a mais recente previsão da Confederação das Seguradoras (CNseg). E esse desenvolvimento é apoiado por um outro segmento, que protege as seguradoras para que elas possam arcar com as indenizações de seus clientes. É o chamado mercado de resseguros.
O resseguro indeniza as seguradoras por eventuais prejuízos em decorrência das apólices vendidas. A seguradora pode transferir parte do risco ou até mesmo toda a sua carteira a uma resseguradora, o que garante a capacidade de absorção de riscos e a proteção contra catástrofes, por exemplo.
Em países desenvolvidos, o mercado de resseguros é um dos setores financeiros mais importantes. Ele permite que as empresas tenham cobertura securitária para os bens já existentes e para a construção de obras de infraestrutura, providenciais para o desenvolvimento de uma nação. No Brasil, esse mercado vem demonstrando resiliência mesmo durante a crise econômica que o país enfrenta nos últimos anos.
Em uma década, a receita do setor de resseguros saltou de 3,8 bilhões para 10 bilhões de reais, em 2016, segundo dados da Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber). Neste ano, usando como exemplo os resultados parciais do ressegurador IRB Brasil RE, líder no mercado nacional, as perspectivas também são otimistas. Apenas neste terceiro trimestre, a companhia totalizou 1,7 bilhão de reais em prêmios emitidos, o que representa crescimento de 34% em relação ao mesmo período de 2016. A companhia também registrou aumento de 236% no lucro líquido no período, que alcançou 222 milhões de reais.
Segundo a empresa, o crescimento decorre de novos contratos e da maior participação nos já existentes. Foi mantido como foco estratégico a diversificação de portfólio de prêmios nos segmentos e geografias em que atua, com aumento da participação em segmentos-foco, como Property, Vida, Aviação e Rural.
O resultado de underwriting (subscrição) do IRB totalizou 167 milhões de reais neste trimestre. O montante indica um crescimento expressivo diante do resultado negativo de 25 milhões de reais que foi obtido no terceiro trimestre de 2016. No acumulado do ano, o segmento atingiu 557 milhões de reais, o que significa 113% de crescimento em relação aos 261 milhões de reais alcançados no mesmo período de 2016.
O segmento Rural foi o que obteve os melhores resultados no terceiro trimestre, respondendo por 37% do total de 1,1 bilhão de reais de prêmios emitidos no Brasil. O segundo melhor desempenho ficou com o segmento de Property, com 31% de participação. Já dos 601 milhões de reais em prêmios emitidos no exterior, no terceiro trimestre de 2017, a maior participação veio do segmento de Vida, 36%. Outro destaque no exterior foi o Rural, com 11% de participação.
No acumulado do ano até setembro, os prêmios emitidos pelo IRB Brasil RE cresceram 20% em relação ao ano anterior e o lucro líquido atingiu 676 milhões de reais, que representam aumento de 41% em relação aos nove primeiros meses de 2016. Além disso, o retorno sobre o patrimônio líquido médio (Roae) chegou a 26%, o maior dos últimos três anos para o mesmo período, com avanço de 6 pontos percentuais sobre os nove meses de 2016.
A companhia mencionou em seu comentário de desempenho do terceiro trimestre de 2017 que, mesmo com a queda da inflação e a consequente redução das taxas de juros, obteve êxito na estratégia de compensar a queda da Selic com a elevação do resultado de underwriting, tanto no terceiro trimestre quanto no acumulado do ano.