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Crise embarcou no cruzeiro que Roberto Carlos faz shows

Pela primeira vez, o projeto será em terra firme, com o mesmo conceito "all inclusive" e shows


	Recessão a bordo: pela primeira vez, o projeto será em terra firme, com o mesmo conceito "all inclusive" e shows
 (Divulgação)

Recessão a bordo: pela primeira vez, o projeto será em terra firme, com o mesmo conceito "all inclusive" e shows (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 10h53.

Rio - A crise financeira embarcou no cruzeiro Emoções em Alto Mar, que Roberto Carlos faz há 11 anos: para 2017, o encontro anual do cantor com os fãs deverá ser num resort no Nordeste, que já está sendo negociado. Provavelmente na Praia do Forte, na Bahia, em fevereiro ou em abril, mês do aniversário do "rei".

"Quando começamos, o dólar era R$ 1. Hoje está R$ 4 e com previsões de aumentar. Do ano passado para cá, a tarifa quase dobrou, porque 70% das nossas operações são em dólar. A gente se preocupa com os fãs do Roberto. Pela primeira vez, o projeto será em terra firme, com o mesmo conceito: 'all inclusive' (com refeições e opções de lazer incluídas) e shows", anunciou o empresário do cantor, Dody Sirena.

"Se não for no mar, pelo menos será de frente para o mar", completou Roberto, em entrevista nessa quinta, 21, no cruzeiro.

O Costa Pacifica, transatlântico onde está sendo realizada a viagem, com cerca de 3.000 fãs, saiu na quarta, 20, de Santos, lotado - uma demonstração de que as dificuldades financeiras não abalaram essa edição do projeto.

A diferença para as anteriores foi que os bilhetes se esgotaram só agora em janeiro, quando em anos passados isso acontecia em agosto. Para 2017, o temor é quanto à ausência de transatlânticos na costa brasileira e o aprofundamento da crise.

"Acho que, para o fã de verdade, a crise não abala. As pessoas parcelam em até dez vezes, mas vêm", disse a aposentada curitibana Nara Gonçalves, de 65 anos, que ganhou o cruzeiro de presente de Natal dos filhos.

"Estou chorando até agora", contou. A cabine mais barata para duas pessoas, interna, custa R$ 8.896 (R$ 1.779,20 por cada uma das cinco diárias). A mais cara, R$ 27.840 (R$ 5.568).

Na entrevista, na passagem do cruzeiro pelo Rio, Roberto minimizou a crise, atribuindo-a à conjuntura mundial, e aproveitou para falar também do cenário político brasileiro. Foi uma surpresa, uma vez que comentários do gênero são raros em seus mais de 50 anos de trajetória artística.

"O nível de corrupção é algo vergonhoso, tem que mudar de alguma forma. A corrupção tem que ser punida. Quem está fazendo mal para o Brasil não pode continuar."

Roberto prometeu um CD de músicas inéditas, o que é aguardado desde 2003, para o qual disse já ter quatro composições. O último lançamento com novidades foi em 2012, ano de "Esse cara sou eu" e "Furdúncio".

"A prioridade é o disco de inéditas, isso me faz muita falta. E também a minha biografia. Acho que vocês devem esperar antes de comprar qualquer outra", brincou o cantor, que brigou na Justiça contra sua biografia não-autorizada. Ele falou também de seu perfeccionismo, que acaba atrasando os trabalhos.

"Eu não entrego meus discos. Eu abandono. E procuro não ouvir depois, porque sempre acho que poderia ter uma grave aqui, um agudo ali." Roberto também anunciou um CD em espanhol e outro em italiano.

Às vésperas dos 75 anos, fez graça quando lhe perguntaram sobre sua vida amorosa e até sexual, dizendo que estava solteiro e que usa Whatsapp, Facebook e Viber.

"Estou solteiro, mas não tenho nada contra o casamento. Mas também nada contra a solteirice." O "rei" contou até que já recebeu nudes - fotos sem roupas -, mas ressalvou que nunca mandou um para ninguém. 

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