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Crise fará eleições em país democrático muito mais difíceis, diz Setubal

Para o copresidente do Conselho de Administração do Itaú, o momento é desafiador para quem está no governo diante do cenário de "recessão brutal"

Roberto Setubal: "é natural que a insatisfação seja muito grande e isso torna a vida dos políticos muito mais difícil", disse (Bloomberg/Getty Images)

Roberto Setubal: "é natural que a insatisfação seja muito grande e isso torna a vida dos políticos muito mais difícil", disse (Bloomberg/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de maio de 2020 às 15h42.

O copresidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou que em países democráticos as futuras eleições serão muito mais difíceis.

O momento atual é, conforme ele, desafiador para quem está no governo diante do cenário de "recessão brutal" na economia, perda de empregos e quebra de empresas em meio aos impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus.

"É natural que a insatisfação seja muito grande e isso torna a vida dos políticos muito mais difícil. Mudanças virão por aí", avaliou Setubal, durante Live do banco, na manhã desta quinta-feira, 7. "São necessárias, tem de ajustar, renovar, buscar novos caminhos", acrescentou.

Na visão de Setubal, a crise vai deixar "consequências grandes".

Segundo ele, a sociedade vai passar por uma forte mudança e o País não vai voltar a ser o que era tanto do ponto de vista social, quanto econômico e político.

"É difícil dizer o que vai acontecer porque nunca vivemos algo semelhante, mas que terá impactos muito profundos. Isso eu não tenho dúvida", avaliou, mencionando ainda mudanças no comportamento de consumo e no trabalho home office até mesmo no banco.

Na economia, ele disse que a retomada será devagar com alguns segmentos muito atingidos como, por exemplo, o aéreo e de bares e restaurantes.

Mas que, ainda assim, haverá empresas e atividades vencedoras. "É preciso aceitar esse ajuste. Não dá para salvar todo mundo. A economia terá de se adaptar à nova demanda", acrescentou.

Ainda que a vida volte ao normal, na sua visão, a quantidade de voos será menor, reuniões internacionais poderão ser feitas de forma online e os restaurantes não vão lotar assim que abrirem as portas novamente.

"Quando é que vamos ter de novo um estádio de futebol cheio? Quanto teremos de novo um show do U2 lotado? Tudo isso vai demorar. Temos visto os artistas fazendo shows por Live no mundo inteiro. São mudanças sociais que vêm para ficar", detalhou.

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