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Crise estimula gestão de riscos

Pesquisa mostra os efeitos da crise financeira mundial sobre a gestão de empresas

No Brasil, os efeitos foram sentidos com menos intensidade pelos executivos (Arquivo)

No Brasil, os efeitos foram sentidos com menos intensidade pelos executivos (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 18h04.

São Paulo - As empresas têm ficado mais preocupadas com a gestão de riscos desde o estouro da crise financeira global, de acordo com um estudo do Korn/Ferry Institute. Executivos seniores e integrantes de conselhos administrativos de empresas de mais de 65 países - inclusive brasileiras - participaram da pesquisa Executive Quiz. Os dados foram levantados em julho deste ano e mostraram um crescimento na dedicação à identificação de riscos e soluções.

Dentre os executivos que participaram do levantamento, 59% avaliam positivamente essa maior preocupação, considerada conseqüência direta da última crise provocada justamente pelas falhas na gestão de riscos, principalmente na indústria financeira. Somente 28% dos entrevistados não perceberam mais cuidado com esse aspecto em suas empresas.

O estudo também mostra que 58% dos pesquisados acreditam que a qualidade da supervisão e dos relatórios para os conselhos tem melhorado nas empresas. Mais da metade dos executivos (57%) considera que os diretores têm se dedicado mais à gestão de riscos, enquanto 26% afirmam não ter percebido mudanças e 14% acreditam que os líderes estão dedicando menos tempo a esta questão.  

No Brasil

Segundo a pesquisa, 55% dos executivos brasileiros consideram que, depois da crise, houve impactos positivos na empresa, enquanto 45% não viram mudanças significativas. No quesito ligado à dedicação ao tema, 50% consideram que os líderes estão dedicando mais tempo ao assunto e 17% não perceberam mudanças. Essa diferença entre o contexto no país e no resto do mundo pode ser explicada pelas várias experiências de crises econômicas ao longo da história do país, as empresas brasileiras sofreram um impacto menor na gestão de riscos.

Em nota à imprensa, o sócio-diretor da Korn/Ferry, Paulo Amorim, confirma que a preocupação com os riscos tem crescido globalmente. “Aqui no Brasil não é diferente. Embora a figura do Chief Risk Officer ainda não seja freqüente nas companhias, percebemos expressivo aumento da busca por talentos que possuam habilidades diretamente relacionadas à gestão de riscos”, diz.

A pesquisa aponta que, no Brasil, apenas 13% dos entrevistados afirmam que suas empresas possuem um chefe especializado em riscos (Chief Risk Officer), enquanto 60% dizem que a função é desempenhada pelo presidente-executivo. No nível global, o número de empresas com CRO sobe para 20%.

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