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Crise da Oi não estimula consolidação, diz América Móvil

O presidente-executivo da América Móvil no Brasil disse que o processo de recuperação judicial da rival Oi não estimula a consolidação


	Loja da Oi: Oi encaminhou à Justiça do Rio de Janeiro na semana passada pedido de proteção contra credores
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Loja da Oi: Oi encaminhou à Justiça do Rio de Janeiro na semana passada pedido de proteção contra credores (.)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2016 às 18h45.

São Paulo - O presidente-executivo da América Móvil no Brasil, José Félix, disse que o processo de recuperação judicial da rival Oi não estimula a consolidação no setor de telecomunicações no país, diante da insegurança jurídica e da elevada carga tributária que atingem a indústria.

Para a companhia mexicana, que opera no país com as marcas Claro, Net e Embratel, além da insegurança jurídica e da alta carga tributária, a elevada necessidade de investimento tornam o setor pouco atrativo para novos investidores, disse Félix, mencionando que vários Estados do país elevaram o ICMS sobre o setor este ano.

"Num cenário em que apenas seis por cento que esse negócio gera vai para o acionista (...) é baixa a atratividade para novos entrantes. Quem tem dinheiro para investir não vai querer rasgar dinheiro", disse ele, contando que só a América Móvil investiu 30 bilhões de reais nos últimos três anos no país.

Perguntado sobre interesse em ativos da Oi, ele respondeu: "Não estamos pensando nisso agora (...) Fomos todos tomados de surpresa com este desfecho (pedido de recuperação judicial) radical e intempestivo".

A Oi encaminhou à Justiça do Rio de Janeiro na semana passada pedido de proteção contra credores, sob peso de passivos de 65 bilhões de reais, que incluem dívidas de 1,5 bilhão com fornecedores.

Presente no evento de TV por assinatura, a Oi voltou a afirmar que todos os investimentos orçados pela empresa para este ano antes do pedido da recuperação judicial estão mantidos e que as operações da empresa seguem normais.

"Não houve nenhum centavo de corte no orçamento e as metas de resultado continuam as mesmas", afirmou o diretor de varejo da Oi, Bernardo Winik, a jornalistas.

O executivo comentou que a empresa não tem registrado queda na demanda de clientes após o pedido de proteção judicial e que os fornecedores de "conteúdo e de equipamento estão apoiando a companhia completamente".

As ações da Oi encerraram nesta quarta-feira em alta de 0,5 por cento, cotadas a 1,97 real. Desde o pedido de recuperação judicial feito na segunda-feira passada, a ação da companhia teve valorização de cerca de 56 por cento.

Segundo o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, e o secretário de telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, André Borges, presentes no evento, o governo não está vendo necessidade em intervenção na Oi no curto prazo diante da continuidade dos serviços prestados pela operadora.

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