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Criação da Ferrosul é estratégica para o Brasil e a América do Sul, afirma diretor

A redução média de custos é estimada em 30% para fretes em condições normais de operação

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Curitiba - A integração ferroviária entre os quatro estados que fazem parte do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) - Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul - e a Região Centro-Oeste brasileira, o Paraguai e a Argentina ficará a cargo da Ferrovia de Integração do Sul S.A. (Ferrosul). O projeto de lei que cria a ferrovia foi aprovado na semana passada na Assembleia Legislativa do Paraná. A linha terá aproximadamente 3,3 mil quilômetros e deverá ficar pronta até 2013.

Trata-se da ampliação da antiga Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. (Ferroeste), uma linha de 248 quilômetros que liga as cidades de Guarapuava e Cascavel, no Paraná.

O diretor-presidente da Ferroeste, Samuel Gomes disse que a macrorregião do Codesul contará com uma moderna empresa pública de planejamento, construção e operação de ferrovias e sistemas logísticos. "Vai enfrentar e vencer a barreira que os altos custos logísticos representam para o desenvolvimento econômico e social da integralidade do seu território, especialmente das regiões mais distantes dos portos", disse em entrevista à Agência Brasil.

Para Gomes, a expansão da companhia estatal paranaense é estratégica para a Região Sul, o Centro-Oeste, o Brasil e a América do Sul. Segundo ele, a redução média de custos estimada é de 30% nos fretes em condições normais de operação, em comparação com as tarifas do transporte rodoviário.

"A empresa vai operar sistemas logísticos numa das maiores fronteiras agrícolas do mundo e que tem polos industriais importantes, como Curitiba, Caxias do Sul [Rio Grande do Sul] e Joinville [Santa Catarina]. Com a realização do projeto da Ferrosul, a grande região do Codesul passará a contar com um conjunto de ferrovias e sistemas logísticos à altura dos melhores do mundo", ressaltou.


Para Gomes, depois que a infraestrutura para o transporte de cargas estiver pronta, será preciso buscar o melhor aproveitamento da ferrovia. "A construção de ferrovias para o transporte de passageiros apresenta grandes dificuldades, pelo alto custo da infraestrutura. Entretanto, do ponto de vista técnico-operacional, é perfeitamente possível o compartilhamento da linha. Com cargas, os trens trafegam a velocidades próximas a 100 quilômetros por hora, e com passageiros podem desenvolver velocidades de 130km/h, 150km/h. Assim é feito em outros países e assim faremos."

O diretor-presidente defende que as ferrovias planejadas pelo governo federal na região do Codesul fiquem sob a responsabilidade da nova empresa. Segundo ele, a ideia é que a tradição da Ferroeste de trabalhar com o Exército seja mantida.


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