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Crescimento da Walmart.com atrai investimentos em depósitos

Crescimento das compras on-line está esgotando a capacidade dos depósitos no Brasil, o que impulsiona os esforços para ampliar as redes de distribuição


	Centro de distribuição da B2W em São Paulo: companhia adicionará pelo menos dez depósitos em diferentes estados até 2015
 (Luis Ushirobira/EXAME.com)

Centro de distribuição da B2W em São Paulo: companhia adicionará pelo menos dez depósitos em diferentes estados até 2015 (Luis Ushirobira/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 23h47.

São Paulo - Uma expansão das varejistas on-line, como a Arezzo Indústria Comércio e a Walmart.com, está fazendo com que o espaço de depósitos no Brasil dobre seu tamanho, o que atrai investidores estrangeiros como a Prologis e o Goodman.

A Prologis, com sede em São Francisco, uniu-se à Cyrela Commercial Properties do Brasil na construção de depósitos para alugar para a Walmart.com e outras empresas. A Global Logistic Properties, da Cingapura, aumentará o tamanho dos seus centros de distribuição existentes em quase 100 por cento, e o Goodman Group, da Austrália, acrescentará quatro locais no Rio de Janeiro e em São Paulo.

O crescimento das compras on-line está esgotando a capacidade dos depósitos no Brasil, o que impulsiona os esforços para ampliar as redes de distribuição. A B2W Cia Digital, com sede no Rio de Janeiro, cujos pedidos para o final do ano em 2010 e 2011 sofreram problemas quando os envios saíam de São Paulo, adicionará pelo menos dez depósitos em diferentes estados até 2015, adotando uma abordagem semelhante a do Walmart.com, que utiliza 42 centros de distribuição nos EUA.

"A gente começou há 5 anos, lá atrás, com um centro de distribuição localizado aqui em Barueri, a partir do qual a gente percebeu a necessidade para expandir”, disse Flávio Dias, presidente de vendas on-line no Brasil da Wal-Mart Stores Inc., em entrevista por telefone. “Pelo tamanho do Brasil, a gente entende que a distribuição precisa ser mais regionalizada do que centralizada”.

Brasil é o quinto maior país do mundo em território, e seus compradores estão migrando para a Internet à medida que os computadores chegam a mais famílias em uma classe média em expansão.

Crescimento on-line

A receita on-line crescerá 20 por cento neste ano para R$ 34,7 bilhões (US$ 15,3 bilhões), após subir 28 por cento no ano passado, estima a empresa brasileira de pesquisa E-bit. Isso se compara a um ganho estimado de 11 por cento nos EUA para US$ 291 bilhões, segundo a empresa de pesquisa Forrester Research Inc.

“O comércio eletrônico é uma grande oportunidade para nós”, disse Hardy Milsch, gerente nacional da Prologis para o Brasil, em entrevista de São Paulo. As compras on-line estão “crescendo muito acima do ritmo da economia no Brasil, obviamente alimentadas por 40 milhões de pessoas que foram incorporadas à classe média”.


A Prologis possui 372.000 metros quadrados em operação atualmente no Brasil, 167.400 metros quadrados em construção e 306.900 metros quadrados no seu banco de terrenos.

A demanda por mais centros de distribuição significa que o espaço de armazenamento, atualmente de 80 milhões de metros quadrados, terá que dobrar, estima Milsch. As instalações mais velhas costumam ser inadequadas para as necessidades atuais, como os espaços que não têm altura suficiente ou são pequenos demais para que os caminhões possam manobrar, disse.

A Global Logistic Properties pretende ser uma “líder do mercado” e está desenvolvendo um milhão de metros quadrados de depósitos no Brasil, quase duplicando seu espaço existente, disse Clarisse Etcheverry, diretora de desenvolvimento e novos negócios no Brasil. A companhia possui mais um milhão de metros quadrados na carteira.

Projetos de capital

“O mercado tem potencial para dobrar de tamanho nos próximos 5 anos, mas provavelmente não faça isso porque são projetos de valor muito alto”, disse Etcheverry em entrevista por telefone. Cada milhão de metros quadrados em espaço de armazenamento requer um investimento de cerca de R$ 1 bilhão, acrescentou.

Uma economia em desaceleração provavelmente atrapalhe os investimentos, disse Ângela Di Franco, sócia da Levy Salomão Advogados, com sede em São Paulo. Estima-se que o Brasil tenha se expandido 2,3 por cento no ano passado e que cresça 2,1 por cento em 2014, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A queda na economia não assusta a Global Logistic nem a Prologis. Etcheverry disse que um dos projetos mais recentes da Global Logistic, perto do aeroporto internacional de Guarulhos, atraiu uma demanda três vezes maior do que a construção inicial. A taxa de ocupação da Prologis está em 90 por cento, disse Milsch.

“Um ponto importante na nossa estratégia aqui tem sido construir prédios especulativos, construir sem necessariamente ter um inquilino com contrato assinado”, disse Milsch. “A demanda está muito saudável”.

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