Negócios

Crescimento da empresa sem ética é passageiro, diz Leandro Karnal

"Violar a ética é pular etapas que serão cobradas depois. É como tomar anabolizantes. Dá resultado, mas traz muitos efeitos colaterais", disse o historiador

Corrupção: empresas sem ética podem ganhar milhões, mas depois perderão bilhões, disse Leandro Karnal (Marcos Santos/USP Imagens/Reprodução)

Corrupção: empresas sem ética podem ganhar milhões, mas depois perderão bilhões, disse Leandro Karnal (Marcos Santos/USP Imagens/Reprodução)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 18h53.

Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 15h17.

 

São Paulo - "Imagine uma empresa. Uma empreiteira que, hipoteticamente, tenha se caracterizado pela falta de ética e ganhado milhões e milhões em caixa dois. Imagine que ela foi exposta e em pouco tempo perdeu bilhões".

Foi com essa narrativa que o historiador Leandro Karnal transmitiu sua principal mensagem aos executivos que participaram da HSM Expomanagement nesta quarta-feira (9) em São Paulo: o crescimento sem ética é passageiro.

Para uma companhia, optar pela ética, segundo ele, é aceitar tomar um caminho mais lento, mas essa é a única forma de manter o equilíbrio, disse.

"Violar a ética é pular etapas que serão cobradas depois. É como tomar anabolizantes. Dá resultado, mas traz muitos efeitos colaterais".

De acordo com Karnal, ter ética é entender que o crescimento de qualquer coisa, inclusive do corpo humano, "é sistemático, lento e custoso".

O pensador defendeu que a dúvida entre resultado e valores não pode existir em uma organização.

"O ganho tem que ser resultado de um investimento justo no trabalho, que vai remunerar de forma justa quem investiu nesse trabalho".

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEmpresasgestao-de-negocios

Mais de Negócios

Coca-Cola de cereja, café da manhã no McDonalds: como é a rotina do maior investidor do mundo

‘Acordo 4h e trabalho 7 dias por semana’: a rotina do CEO da empresa mais valiosa do mundo

Lembra dela? O que aconteceu com a faca Ginsu, fenômeno das propagandas dos anos 1990

Com trufas e franquias, marca gaúcha de chocolate mira R$ 120 milhões e vai além de Gramado