São Paulo - Desde 2001, a participação das mulheres no quadro executivo das empresas do país subiu 7,7%, chegando, neste ano, a 13,7%. Já os negros (que incluem “pretos” e “pardos”, segundo classificação do IBGE) representam atualmente 5,3% dos executivos – 2,7 pontos percentuais a mais do que em 2001. No entanto, o avanço ainda é lento rumo à equidade. Os números são do estudo Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas, divulgado recentemente e feito pelo Instituto Ethos e pelo Ibope Inteligência.
A pesquisa foi feita com as 500 maiores empresas do país, por faturamento, ranqueadas pela edição especial MELHORES E MAIORES 2009 de EXAME. Mais de 600.000 pessoas de vários níveis hierárquicos (executivo, gerência, supervisão e funcional) de 105 companhias responderam ao questionário aplicado entre 24 de fevereiro e 18 de junho deste ano. O objetivo do levantamento é estimular os executivos a observar as desigualdades referentes a sexo, cor, idade, deficiência e outros aspectos, para que reflitam sobre ações para a diversidade e igualdade no quadro de funcionários.
Disparidades
Segundo o estudo, apesar de um crescimento de 2,2 pontos percentuais na representatividade das mulheres no quadro executivo das empresas, de 2007 para cá, houve queda na participação delas nos níveis de gerência, supervisão e no quadro funcional. O segmento de mulheres negras é o que menos aparece, representando 0,5% dos executivos pesquisados. No nível funcional, elas são 9,3%.
Os deficientes também são sub-representados nas companhias. No quadro executivo, apenas 1,3% possui alguma deficiência física. A maior presença deles é na base da hierarquia, com 1,5% dos postos de trabalho. De acordo com a pesquisa, as empresas não têm cumprido bem o seu papel na elaboração de programas para a diversidade. “Uma expressiva maioria não tem medidas para incentivar a participação de mulheres ou de negros em seus quadros. Quando tem, são ações pontuais, e não políticas com metas e ações planejadas”, afirma o documento.
Nos quadros executivos, por exemplo, 62% das empresas não têm medidas para incluir as mulheres, enquanto 34% têm apenas ações pontuais. A quantidade de empresas sem ações de inclusão entre os executivos sobe para 66 % quando se trata de políticas para deficientes e para 72% no caso de negros. O quadro se inverte apenas nas ações para deficientes no nível hierárquico funcional, no qual 59% das empresas afirmam ter políticas com metas e ações planejadas.
Segundo o estudo, as ações mais promovidas pelas empresas neste ano são: manutenção de programa especial para contratação de pessoas com deficiência, medidas de conciliação entre trabalho, família e vida pessoal, e apoio a projetos na comunidade para melhorar a oferta de profissionais qualificados provenientes de grupos usualmente discriminados no mercado de trabalho.