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Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 19h37.
Os hotéis com diárias abaixo de 100 reais, chamados de econômicos, são a bola da vez no setor de hotelaria. As duas maiores redes que operam no país, a Accor, com 128 unidades em funcionamento e a Atlantica, com 50, estão expandindo o número de estabelecimentos nessa faixa e acirrando a competição por clientes como gerentes e técnicos em viagens de negócios ou turistas interessados em pagar pouco sem recorrer a pousadas. Com uma demanda crescente, esses hotéis têm proporcionado taxas de ocupação superiores às das demais categorias de hotéis.
No caso da Accor, as tarifas mais baixas para os clientes são oferecidas pelas bandeiras Ibis e Formule 1, esta última chamada de supereconômica, por ter preços abaixo de 70 reais. Os Ibis apresentaram taxa de ocupação média de 67,5% em 2004, superior à da bandeira de luxo Sofitel, que fechou com 65%. Os quatro estrelas Mercure e Novotel, também da Accor, registraram 56% de ocupação. Os mais lotados foram os supereconômicos Formule 1, com taxa de 90% no ano passado.
O grupo Accor planeja dobrar sua rede de 36 hotéis Ibis e Formule 1 até 2007. "O padrão econômico é hoje o mais interessante para o Brasil e o mais competitivo", diz Roland de Bonadona, diretor geral da Accor Hotels. Considerando os hotéis que já foram construídos desde 1999 e os que estão em andamento ou em projeto, chega a 600 milhões de reais o investimento impulsionado pela operadora com parceiros, somente na faixa dos econômicos.
A taxa elevada de ocupação justifica também o interesse da concorrente Atlantica em entrar no filão dos supereconômicos. A empresa, representantes das marcas americanas Choice, Carlson e Starwood, está lançando a bandeira Go Inn. A primeira unidade será inaugurada em breve no bairro do Jaguaré, em São Paulo e, em seguida, serão abertos outros em Aparecida, no Vale do Paraíba, Curitiba e Manaus. Somando outros empreendimentos, a Atlantica neste ano deve abrir mais 10 unidades, com 200 milhões de reais em investimentos realizados por terceiros. As novas unidades serão distribuídas principalmente por cidades médias onde o fluxo do turismo de negócio esteja em alta, como Macaé (RJ), Franca (SP), Taguatinga (DF), Joinville (SC) e regiões com oportunidade para o turismo de lazer, como a Serra da Bodoquena, Trancoso e Caldas Novas.
Café e preço
"A gente nunca perdeu cliente por não oferecer o café da manhã como cortesia, mas já perdemos por causa de preço", diz Paulo Salvador, diretor executivo de marketing, vendas e distribuição da rede de hotéis Accor. Agora a empresa resolveu ir para a mídia de massa fortalecer a marca e posicionar-se como "opção de hospedagem profissional". Serão investidos 1,5 milhão de reais. "No mundo todo nossa política é considerar o café um serviço adicional do hotel", diz Alexi Fiz, diretor de marketing da rede Marriott. Com 12 bandeiras e 2 600 hotéis, a Marriott cobra o equivalente a até 15 dólares por um café completo.