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Cresce interesse dos bancos estrangeiros no Brasil

Instituições vêm atraídas por private banking e aportes em infraestrutura e não necessariamente por aquisições de bancos brasileiros

Fusões e aquisições: ao mesmo tempo que os bancos estrangeiros vêm para o Brasil, os brasileiros tentam a sorte fora de casa (EXAME.com)

Fusões e aquisições: ao mesmo tempo que os bancos estrangeiros vêm para o Brasil, os brasileiros tentam a sorte fora de casa (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 05h30.

São Paulo - No primeiro mês do ano, o setor bancário já movimenta o mercado de apostas de fusões e aquisições com a possível negociação de uma fatia do endividado Panamericano. As expectativas para 2011 vêm em linha com o número de operações do setor financeiro em 2011 - foram oito operações até setembro, na média dos números de anos anteriores. Entre as apostas, há o interesse de instituições estrangeiras pelo Brasil.</p>

As instituições financeiras estrangeiras não estão atraídas pelo Brasil somente para comprar bancos nacionais, mas também para investir neles, segundo a advogada Luciana Burr, sócia da Tozzini Freire Advogados para a área de Mercado de Capitais e Bancos. “Esses bancos não sentem necessidade de entrar no mercado brasileiro como instituição financeira, mas querem fazer coisas por aqui”, disse.

Entre as instituições financeiras estrangeiras que procuraram o escritório, o maior interesse recai em infraestrutura e private banking. “Eles estão interessados nas fortunas que serão feitas no Brasil pelas fusões e aquisições em outros setores”, diz. O economista Roberto Troster destacou o bom momento do mercado brasileiro como um atrativo para as instituições estrangeiras. “As margens brasileiras são as segundas melhores do mundo, o crédito vai crescer 15% com a economia crescendo 10%, ou seja, 5% acima do PIB”, afirma.

Avanço nacional

Ao mesmo tempo que os bancos estrangeiros vêm para o Brasil, os brasileiros tentam a sorte fora de casa, como indicam Itaú Unibanco e Banco do Brasil. O comportamento dos bancos brasileiros durante a crise de 2008 também é um atrativo, segundo Luciana, uma vez que ele indicou uma boa regulamentação de práticas dos bancos. “Se banco grande vai pra fora, outros da mesma posição no ranking também vão”, diz. “Há bancos brasileiros tentando fazer operações no exterior e atuando por lá em condições de igualdade com bancos do mundo inteiro”, diz Troster.

Nos bancos nacionais, o que vai acontecer é “mais do mesmo”, segundo a advogada. Como os bancos tentam manter sua posição no mercado, os grandes devem fazer as aquisições necessárias para se manter no topo e os pequenos e médios devem tentar crescer. “Sentimos evolução dos bancos menores, que estão crescendo muito e isso desperta o interesse dos bancos maiores para sinergias. O próprio crescimento dos bancos aguça o apetite”, diz Thomas Benes Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg e Associados.

Com o aumento do compulsório, provavelmente vai crescer o número de bancos querendo vender ativos, segundo Felsberg. “Se o preço for o certo, é capaz de termos operações no mercado”, diz. O que deve movimentar o mercado, nesse ano, são os bancos mais voltados para o consumidor, especialmente os que lidam com as classes C e D. “A palavra de ordem desse ano deve ser varejo; já tem muita gente concorrendo nos bancos de investimentos”, diz Burr. “O crescimento orgânico é muito complicado para bancos. Ganhar clientela em banco é um processo muito demorado. É muito mais fácil comprar um banco”, diz Troster.

 

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