Créditos de carbono (Thithawat_s/Getty Images)
Jornalista
Publicado em 2 de maio de 2024 às 14h23.
Com o aumento dos eventos climáticos extremos e da pressão global por uma redução na emissão de gases poluentes, a regulamentação do mercado de carbono entrou como prioridade na agenda de governos de todo o mundo. E no Brasil não foi diferente.
No final do ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que visa instituir o mercado de carbono no país, regulamentando a compra e venda dos chamados "créditos de carbono" (que até então operavam majoritariamente no mercado voluntário). O texto, que estabelece limites de emissão de gases poluentes para empresas, agora aguarda revisão e sanção pelo Senado.
Se aprovado, o projeto não apenas impulsionará a inovação e a eficiência nos negócios, mas abrirá portas para novas oportunidades de investimento e crescimento sustentável no Brasil.
Para ter ideia, um estudo recente da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil) estima que a regularização do mercado de carbono deve movimentar mais US$ 100 bilhões até 2030 no país. Com isso, seriam gerados cerca de 3,4 milhões de novos postos de trabalho até 2040.
Dono de uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, o Brasil tem tudo para se posicionar como um líder global nessa transição para a economia verde, oferecendo oportunidades significativas para práticas de redução de desmatamento, melhora da biodiversidade e para a criação de empregos sustentáveis.
Dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) mostram, por exemplo, que o país ocupa a segunda colocação entre os maiores empregadores da indústria de biocombustíveis, solar, hidrelétrica e eólica – e que já responde por 10% de todos os empregos verdes no mundo.
Outros estudos indicam que, além de cumprir com seus compromissos internacionais de redução interna, o Brasil tem potencial para atender entre 10 e 20% da demanda global por créditos de carbono. Ou seja, no jargão dos negócios, estamos falando de um verdadeiro Oceano Azul.
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