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Crédito volta e eleva lucro do Itaú Unibanco no 4o tri

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco começou a deixar a crise para trás no final de 2009, vendo o crédito crescer e a inadimplência diminuir, mas essa retomada se deu de forma mais lenta do que em seus principais oponentes.   Beneficiado também pelo incremento das receitas com tarifas, despesas menores com provisões para […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco começou a deixar a crise para trás no final de 2009, vendo o crédito crescer e a inadimplência diminuir, mas essa retomada se deu de forma mais lenta do que em seus principais oponentes.

Beneficiado também pelo incremento das receitas com tarifas, despesas menores com provisões para calotes e efeitos não recorrentes, o maior banco privado brasileiro encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido de 3,21 bilhões de reais, um salto de 71,7 por cento contra igual período de 2008.

Em bases recorrentes, o lucro de outubro a dezembro de 2,813 bilhões de reais, pouco acima da previsão média de 2,737 bilhões de reais de analistas consultados pela Reuters e 20,3 por cento acima do apurado um ano antes.

No acumulado de 2009, o lucro líquido de 10,067 bilhões de reais superou por margem mínima os 10,004 bilhões de reais em 2008.

Refletindo a melhora da economia, o crédito voltou a florescer após três trimestres empacado. No final de dezembro, a carteira de financiamentos do banco atingiu 278,38 bilhões de reais, um avanço de 3,6 por cento sobre setembro e de 2,4 por cento em 12 meses.

Esse repique foi percebido pelo próprio banco como início de um processo de expansão que vai se consolidar em 2010, quando espera elevar sua carteira total em até 18 por cento, puxada pelos segmentos de pessoa física (17 por cento), pequena e média empresa (20 por cento) e imobiliário (40 por cento).

"Essa tendência continua em 2010. A demanda (por crédito) vai ser maior do que nos períodos anteriores", disse o diretor financeiro do Itaú Unibanco, Silvio de Carvalho, em teleconferência com jornalistas nesta terça-feira.

A recuperação do banco no crédito, entretanto, se deu em ritmo inferior ao do mercado. Segundo o Banco Central, as operações de crédito do sistema cresceram 14,9 por cento em 2009. Na semana passada, o Bradesco havia informado que sua carteira evoluiu 6,8 por cento no período.

"O resultado do trimestre começa a mostrar a recuperação do crescimento da carteira de crédito (do Itaú), mas ainda perdendo market share", observou a Link Corretora, em relatório.

A melhora nas condições de crédito, que havia sido reportada por Bradesco e Santander Brasil, também apareceu no perfil da carteira do Itaú Unibanco.

Após ter subido por quatro trimestres, a inadimplência na carteira do banco, medida pelo total de operações vencidas com prazo maior que 90 dias, recuou para 5,6 por cento no final do ano, ante 5,9 por cento em setembro de 2009.

Por isso, as despesas com provisionamento para perdas esperadas com calotes encolheram 6,5 por cento em relação a setembro, para 4,016 bilhões de reais.

Simultaneamente, o Itaú viu suas receitas com tarifas atingirem 4,23 bilhões de reais no quarto trimestre, 4,1 por cento maior na comparação com um ano antes. Nos três primeiros trimestres de 2009, essa linha do resultado vinha com números abaixo de 4 bilhões de reais.

Por isso, a rentabilidade recorrente sobre patrimônio líquido, importante indicador sobre a lucratividade de um banco, alcançou 22,6 por cento no trimestre, comparado com o índice 21,2 por cento do último quarto de 2008.

Esse, segundo analistas, pode ser um dos fatores que explicam o desempenho das ações do banco na Bovespa. Às 14h13, a ação do Itaú Unibanco subia 2,88 por cento, a 35,70 reais. No mesmo instante, o Ibovespa avançava 2,17 por cento.

"A evolução do elevado patamar de rentabilidade do Itaú Unibanco se encontra significativamente acima dos seus principais concorrentes que já divulgaram seus números, como o do Santander e Bradesco", disse a Ativa Corretora, em relatório. Para a corretora, a reversão de parte do elevado estoque de provisões que o banco possui o ajudarão a apresentar resultados positivos ao longo de 2010.

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