Bradesco: na pessoa física, o banco cumpriu a meta esperada para 2014 (Egberto Nogueira/ Imafotogaleria)
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 06h46.
São Paulo - O desempenho da carteira de crédito expandida do Bradesco, que inclui avais e fianças, em 2014 ficou abaixo da meta (guidance) divulgada pela instituição ao crescer 6,5%, para R$ 455,127 bilhões.
O banco esperava que os empréstimos totais avançassem de 7% a 11%. Além disso, essa projeção já era mais tímida do que a divulgada no início de 2014, que apontava para uma faixa de aumento de no mínimo 10% e no máximo 14%.
Na pessoa física, o Bradesco cumpriu a meta esperada para 2014 ainda que o crescimento tenha vindo mais próximo do piso da faixa anunciada, de alta de 8% a 12%.
Os empréstimos para este público, que chegaram em R$ 141,432 bilhões ao final de dezembro, foram 8,2% maiores em 12 meses.
Na concessão de crédito a pessoas jurídicas, a expansão vista também veio levemente abaixo da meta do banco. Essas operações somaram R$ 313,695 bilhões ao final do último trimestre de 2014, cifra 5,8% maior em um ano.
O Bradesco esperava que os empréstimos para empresas crescessem de 6% a 10% no ano passado.
2015
Em linha com a expectativa de analistas do mercado, o banco espera um menor crescimento do crédito neste ano, mesmo após a revisar para baixo suas expectativas para 2014.
A carteira de crédito expandida do Bradesco, que inclui avais e fianças, deve avançar de 5% a 7% em 2015, segundo a instituição.
O maior crescimento do crédito, novamente, deve vir da carteira de pessoas físicas, segundo o Bradesco. O banco manteve a expectativa de 2014 para este ano de incremento de 8% a 12% nos recursos liberados para esses clientes.
Em novembro, o diretor executivo do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti, havia antecipado que o crédito voltado à pessoa física deveria ter desempenho melhor e crescer mais em 2015.
Na pessoa jurídica, a expectativa do banco é de que crédito cresça no mínimo 4% e no máximo 8% em 2015. No no passado, a projeção inicial era de 9% a 13%, mas foi revisada para de 6% a 10%.
Inadimplência
A inadimplência do Bradesco, considerando os atrasos acima de 90 dias, reverteu a trajetória de alta vista há dois trimestres, encerrado os últimos três meses do ano passado 0,1 ponto porcentual menor, para 3,5%, ante o período imediatamente anterior, de 3,6%. Na comparação anual, os calotes, conforme o banco, ficaram estáveis.
"Esta melhora foi observada na pessoa física e, também, no segmento de micro, pequenas e médias empresas", destaca o Bradesco.
Na carteira de pessoa física os calotes, considerando atrasos superiores a 90 dias, foram a 4,7% ao final de dezembro, queda de 0,1 ponto porcentual ante setembro, de 4,8%.
Em um ano, recuaram 0,3 ponto porcentual. Já nas micro e pequenas empresas, o indicador baixou 0,1 ponto porcentual. E subiu 0,4 ponto porcentual, para 4,5%, na mesma base de comparação.
Enquanto a inadimplência da pessoa física e da pequena empresa recuou, nas grandes companhias os calotes ficaram estáveis em 0,8% na comparação trimestral. Em 12 meses, houve alta de 0,2 ponto porcentual.
O Bradesco ressalta que a inadimplência de curto prazo, operações vencidas de 15 a 90 dias, diminuiu no quarto trimestre tanto para indivíduos como para empresas ante o trimestre anterior. O indicador total passou para 3,6% ante 3,7%.
"Na comparação anual, também observamos redução deste indicador, principalmente, pela melhora expressiva na pessoa física".
Provisões
As despesas com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, totalizaram R$ 3,307 bilhões de outubro a dezembro de 2014, queda de 1,2% ante os três meses anteriores, de R$ 3,348 bilhões, e aumento de 11,7% ante igual intervalo de 2013, de R$ 2,961 bilhões.
A redução no trimestre foi possível, conforme o banco, apesar do aumento de 3,2% no volume das operações de crédito - conceito Bacen, refletindo a redução da inadimplência no período.
O saldo de provisões para devedores duvidosos do Bradesco, sem as provisões para garantias prestadas, foi a R$ 22,724 bilhões ao final de dezembro, aumento de 2,1% ante setembro e de 6,4% em um ano.
Já considerando a provisão para garantias prestadas, em dezembro de 2014, o total de PDDs foi a R$ 23,146 bilhões, aumento de 2,3% no trimestre (R$ 22,623 bilhões) e de 6,7% em 12 meses (R$ 21,687 bilhões)
"Os níveis de provisão são considerados adequados e suficientes para suportar eventuais mudanças de cenários, como o aumento do nível de inadimplência ou alteração no perfil da carteira de crédito", destaca o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
Margem financeira
O Bradesco espera que sua margem financeira cresça de 6% a 10% em 2014, projeção mais tímida do que a faixa de alta de 9% a 12% projetada para o ano passado.
No último trimestre, o banco fez movimento ao contrário e elevou essa expectativa. A anterior era de aumento de 6% a 10%.
As receitas com prestação de serviços do banco devem avançar no mínimo 8% e no máximo 12% em 2015. No ano passado, a projeção revisada era de alta de 11% a 14%. O intervalo anterior apontava aumento de 9% a 13% no exercício de 2014.
Para as despesas operacionais, administrativas e de pessoal, a instituição projeta elevação de 5% a 7% em 2015. Este intervalo é maior que o divulgado para o ano passado, de aumento de 3% a 6%.
O Bradesco espera que os prêmios de seguros em 2015 tenham expansão de 12% a 15% neste ano. A projeção é mais ousada que a feita para o exercício anterior, que apontava para uma faixa de avanço de 9% a 12% no ano passado.