Negócios

Crédito ficará menos arriscado, diz Itaú

A carteira de crédito total deverá crescer de 0% a 4% no ano, ainda que tenha caído no primeiro trimestre

Itaú: "crédito vai caber mais no bolso das pessoas", disse diretor de relações com investidores (Dado Galdieri/Bloomberg)

Itaú: "crédito vai caber mais no bolso das pessoas", disse diretor de relações com investidores (Dado Galdieri/Bloomberg)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 3 de maio de 2017 às 15h08.

Última atualização em 3 de maio de 2017 às 15h09.

São Paulo - Com crescimento de 18% no lucro no primeiro trimestre do ano, o Itaú está otimista. O banco projeta crescimento do PIB em 2017, depois de dois anos de recessão. Além disso, a inflação dá sinais de redução.

Segundo Marcelo Kopel, diretor de Relações com Investidores do banco, 2017 será um ano de transição, com uma retomada gradual de crescimento. Ele falou com jornalistas em teleconferência para apresentação dos resultados do período.

Com isso, o banco prevê uma retomada de crédito no ano. A carteira de crédito total deverá crescer de 0% a 4% no ano. No Brasil, a projeção é que a carteira tenha de uma queda de 2% até crescimento de 2%, com alta concentrada no segundo semestre.

Para pessoa física, o cartão de crédito e o crédito imobiliário devem puxar o crescimento. Já entre as empresas, as linhas de capital de giro devem trazer o aumento.

O cenário mais favorável também se reflete no corte da taxa básica de juros e, consequentemente, das taxas de crédito. A taxa básica Selic deverá fechar o ano em 8,25%, de acordo com as projeções do banco, em comparação a taxa de 13,75% de 2016.

"Com a redução na percepção de risco, podemos cobrar menos por crédito", afirmou Kopel. Ele disse que, com o "trabalho perene" do banco em conjunto com o Banco Central e outras instituições, "o crédito vai caber mais no bolso das pessoas".

Inadimplência

Com a retomada da economia, o risco de inadimplência também deverá diminuir, acredita Kopel, ainda que esse índice tenha subido no primeiro trimestre.

A inadimplência de curto prazo, de 15 a 90 dias, subiu de 2,5% no trimestre anterior para 3,2%. Dentro desse parâmetro, um dos índices que mais cresceu foi em relação a grandes empresas, que subiu de 0,7% para 2,0% no trimestre. Segundo o banco, "o aumento foi observado principalmente em alguns grupos econômicos do setor de infraestrutura".

Já a longo prazo, superior a 90 dias, o índice se manteve estável em relação ao trimestre anterior, em 3,4%. Considerando apenas grandes empresas, o índice subiu de 1,3% para 1,6%.

De acordo com o diretor, o sobe e desce na inadimplência de grandes empresas é esperado, já que as empresas demoram a se reestruturar e a vender ativos para poder pagar suas dívidas. "Mas esse número não está fora do que esperávamos e estamos muito bem provisionados para fazer frente a esse aumento", disse.

Risco de calotes

Apesar do aumento na inadimplência no trimestre, o banco acredita que esse cenário deverá melhorar durante o ano. Como efeito, o banco diminuiu sua provisão para devedores duvidosos no trimestre, uma reserva para casos de calotes.

As despesas com provisão foram de R$ 5,4 bilhões, queda de 7,4% em comparação ao trimestre anterior e de 31,1% em relação ao primeiro trimestre de 2016.

Em 2016, essas despesas foram uma das principais razões para a queda de 7,4% no lucro do banco. As reservas para cobrir calotes somaram R$ 26,15 bilhões em 2016, 9,7% a mais que em 2015. No entanto, em 2017 esse valor deve cair com a melhora da inadimplência.

Com a crise econômica, muitas empresas atrasaram o pagamento dos empréstimos. Além disso, grandes companhias, como a Oi e a Sete Brasil, entraram em recuperação judicial e irão renegociar suas dívidas, afetando o resultado dos bancos no ano passado.

 

Acompanhe tudo sobre:BancosCréditoInadimplênciaItaúResultado

Mais de Negócios

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia