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Crédito eleva lucro do Bradesco em 28,5% no 1o tri

Fórmula turbinou os ganhos, mesmo com a gestão de Dilma inibindo a oferta de crédito no Brasil

Bradesco atribuiu o resultado ao volume de operações com margens maiores entre captações e empréstimos concedidos (Andrevruas/Wikimedia Commons)

Bradesco atribuiu o resultado ao volume de operações com margens maiores entre captações e empréstimos concedidos (Andrevruas/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2011 às 15h05.

São Paulo - A fórmula de crédito em ascensão e inadimplência sob controle voltou a turbinar o lucro do Bradesco no primeiro trimestre de 2011, mesmo após as medidas do governo para tentar esfriar os empréstimos.

O banco reportou pela manhã que teve no período lucro líquido de 2,7 bilhões de reais, um avanço de 28,5 por cento em doze meses. O resultado foi o segundo maior da história dos bancos brasileiros, segundo a Economatica.

Em bases recorrentes, o lucro de 2,74 bilhões de reais subiu 27,5 por cento, acima da previsão média de seis analistas ouvidos pela Reuters, de 2,715 bilhões de reais.

O Bradesco atribuiu o resultado à combinação de aumento do volume de operações com margens maiores entre captações e empréstimos concedidos.

"O cenário doméstico continua favorável; a expansão do crédito tem se mantido sobre bons fundamentos", disse Domingos de Abreu, vice-presidente do Bradesco, em teleconferência com jornalistas.

Segundo ele, as medidas macroprudenciais tomadas pelo governo no final de 2010 para tentar esfriar a demanda por financiamentos impactou o segmento de varejo, que teve expansão menor. Como um todo, a carteira de crédito do Bradesco cresceu 21 por cento no período de 12 meses terminado em março, para 284,7 bilhões de reais.

O crédito para consumo atingiu 100,1 bilhões de reais, com uma alta de 16,4 por cento em doze meses. Já a carteira de empréstimos para empresas, a mais importante do banco, encerrou o período com aumento de 23,7 por cento, para 284,7 bilhões de reais, com destaque para o segmento de micro, pequenas e médias empresas, que disparou quase 29,4 por cento.

Segundo o Bradesco, o consumo das famílias "continua crescendo em ritmo robusto, sustentado pelo mercado de trabalho aquecido, com ganhos de renda e geração de emprego formal". Por isso, manteve a expectativa de expansão da carteira total na faixa entre 15 e 19 por cento em 2011.

O banco se apoia na manutenção da qualidade da carteira durante o ano. No primeiro trimestre, o nível de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias, nos 3,6 por cento do último trimestre de 2010, no menor nível em dois anos.

"Esperamos a manutenção do índice de inadimplência, apesar do aumento do crédito", disse Abreu..

Da janeiro a março, as despesas do banco com provisões para perdas somaram 2,36 bilhões de reais, alta de 7,9 por cento em 12 meses, menos da metade do ritmo da expansão da carteira de crédito. Além disso, a receita com recuperação de crédito evoluiu 20,7 por cento em 12 meses, para 613 milhões de reais.

Em outra frente, o banco se beneficiou de margens maiores entre captação de recursos e concessão de empréstimos, e com ganhos maiores na coluna de não juros, que inclui tesouraria, em meio ao aumento de 1 ponto da Selic de janeiro a março, que levou a taxa para o maior nível em mais de dois anos.

Com isso, o retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio do Bradesco, de 24,2 por cento, foi o melhor em pelo menos oito trimestres.

O resultado só não foi melhor devido ao segmento de seguros, cujo lucro no trimestre caiu 2,3 por cento em relação ao último quarto de 2010, para 761 milhões de reais, devido a fatores sazonais e ao aumento de sinistros.

Com isso, a contribuição do setor para o resultado final caiu de 33 para 28 por cento em um ano.

Os ativos totais do Bradesco totalizavam 675,387 bilhões de reais no final de março, com expansão anual de 26,8 por cento.


Num dia de mau desempenho do mercado de ações, o resultado do Bradesco não foi o bastante para animar os investidores. Às 14h11, a ação do banco tinha queda de 2,26 por cento, a 31,63 reais, na Bovespa. No mesmo instante, o Ibovespa cedia 1,46 por cento.

Basiléia Confortável

O índice de Basileia do Bradesco caiu 1,8 ponto na comparação anual, para 15 por cento. No entanto, Abreu disse que o indicador ainda é confortável e que o banco não considera por enquanto medidas para ter mais folga de capital. O índice mínimo no Brasil é de 11 por cento, de acordo com o Banco Central.

Segundo ele, a alteração estatutária feita este ano, que permite o aumento da participação de estrangeiros no capital do banco, tem o objetivo de permitir um programa de ADRs com ações ordinárias, que têm liquidez muito menor que as preferenciais.

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