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Credit Suisse e HSBC minimizam alegações do "Panama Papers"

Os documentos mostraram uso amplo destes instrumentos por bancos globais em benefício de seus clientes e dispararam uma série de investigações ao redor do mundo


	Logo do banco HSBC: de seu lado, o HSBC, afirmou que os documentos são anteriores a uma reformulação em seu modelo de negócios
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Logo do banco HSBC: de seu lado, o HSBC, afirmou que os documentos são anteriores a uma reformulação em seu modelo de negócios (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2016 às 08h27.

Hong Kong/Cingapura - Credit Suisse e HSBC, dois dos maiores gestores de fortunas do mundo, minimizaram nesta terça-feira sugestões de que ativamente usaram estruturas de offshores para ajudar clientes a sonegarem impostos.

Os bancos comentaram o assunto um dia depois do vazamento de quatro décadas de documentos de um escritório de advocacia no Panamá especializado na criação de empresas offshore.

Os documentos mostraram uso amplo destes instrumentos por bancos globais em benefício de seus clientes e dispararam uma série de investigações ao redor do mundo.

Os chamados "Panama Papers", revelados por meio de uma investigação realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em ingl6), expôs esquemas de políticos e figuras públicas, incluindo amigos do presidente russo, Vladimir Putin, parentes dos premiês da Inglaterra, Islândia e Paquistão e do presidente da Ucrânia.

O presidente-executivo do Credit Suisse, Tidjane Thiam, que está fazendo o banco mirar a Ásia como alvo de expansão, afirmou que a instituição financeira estava apenas buscando ativos legítimos.

"Como companhia, como um banco, nós encorajamos o uso de estruturas quando há um propósito econômico legítimo", disse a jornalistas Thiam, que administra o segundo maior banco da Suíça.

De seu lado, o HSBC, afirmou que os documentos são anteriores a uma reformulação em seu modelo de negócios.

"As alegações são históricas, em alguns casos de 20 anos atrás, antes de termos promovido reformas significativas nos últimos anos", disse Gareth Hewett, um porta-voz do HSBC baseado em Hong Kong.

HSBC e Credit Suisse estão entre os nomes de bancos citados nos Panama Papers como tendo ajudado na criação de estruturas complexas que tornaram difícil para coletores de impostos e investigadores rastrearem o fluxo de dinheiro de um lugar para o outro, segundo o ICIJ, que baseou suas informações nos documentos vazados da empresa de advocacia panamenha Mossack Fonseca.

Mais de 500 bancos, subsidiárias e agências registraram quase 15.600 empresas por meio da Mossak Fonseca, segundo a análise dos documentos pelo ICIJ. A maioria foi criada a partir de 1990, segundo o ICIJ.

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