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CPFL Renováveis fecha acordo com a Dobrevê Energia

Companhia anunciaram acordo para fundir suas operações, com uma capacidade de geração de 1,560 mil megawatts


	Energia eólica: CPFL Renováveis irá promover um aumento de capital de R$ 200 milhões, cujas ações serão subscritas pelos controladores da Desa
 (Wikimedia Commons)

Energia eólica: CPFL Renováveis irá promover um aumento de capital de R$ 200 milhões, cujas ações serão subscritas pelos controladores da Desa (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 19h04.

São Paulo - Em mais uma prova do clima de efervescência dos negócios no segmento de energia renovável no Brasil, a CPFL Renováveis, veículo da CPFL Energia em fontes alternativas, e a Dobrevê Energia (Desa) anunciaram acordo nesta segunda-feira, 17, para fundir as suas operações. A nova CPFL Renováveis nasce com uma capacidade de geração de 1,560 mil megawatts, consolidando a liderança da CPFL Energia no setor, e com um portfólio de projetos em fase de desenvolvimento de 6,366 mil MW, capaz de quintuplicar o tamanho da elétrica.

Pelos termos da operação, a CPFL Renováveis irá promover um aumento de capital de R$ 200 milhões, cujas ações serão subscritas pelos controladores da Desa. Concluída essa etapa, os acionistas da Desa deterão 12,63% da CPFL Renováveis e poderão indicar um membro do conselho de administração, enquanto a fatia da CPFL Energia na companhia cairá dos atuais 58,84% para 51,41% - os demais sócios, como o fundo de pensão Previ, terão a participação diluída.

"Essa transação resulta na combinação de 72 ativos de geração, que somam 2,1 mil MW de capacidade instalada contratada", explicou o presidente da CPFL Renováveis, André Dorf. A capacidade citada pelo executivo é a previsão do tamanho da empresa em 2018 com os projetos com a energia já vendida, considerando a entrada em operação das usinas em construção pela Desa (53,2 MW) e pela CPFL Renováveis (503,5 MW).

Embora o negócio não envolva dinheiro entre as duas partes, Dorf explicou que a CPFL Renováveis irá absorver R$ 850 milhões em dívidas da Desa. Em tese, isso pressionaria ainda o nível de alavancagem da empresa, que ao final do terceiro trimestre de 2013 estava em 7,1 vezes. O executivo, porém, garantiu que o negócio não terá esse efeito. Isso porque a incorporação da Desa também irá adicionar nova geração de caixa de suas usinas, além do que dois novos projetos eólicos da CPFL Renováveis entrarão em operação ainda em 2014.

Em que pese o acordo ter sido anunciado publicamente, as duas empresas evitaram revelar o tamanho, do ponto de vista financeiro, da nova CPFL Renováveis. Além da proximidade dos resultados anuais, as companhias irão iniciar, a partir de agora, um processo de due dilligence cruzado mais rigoroso para ajustar os termos finais da operação. "Essas informações serão divulgadas no fechamento da operação", afirmou Dorf.

Previamente ao acordo, as duas companhias já estavam trocando informações e realizando avaliações preliminares visando a associação. Porém, o temor de negócio vazasse acelerou o anúncio. "Seria muito difícil segurar essa informação e, por isso, preferimos antecipar o anúncio público. O lado positivo é que ganhamos tempo para discutir o negócio com as autoridades", justificou o executivo.

A fusão das operações abre espaço para ganhos de escala, fortalecendo a CPFL Renováveis nas negociações com fornecedores de equipamentos e também nas discussões para captação de financiamentos. O executivo afirmou que as usinas da CPFL Renováveis e da Desa estão localizadas em regiões próximas, o que pode facilitar integração entre os dois ativos.

"Isso será conhecido após a due dilligence", disse. Para ser concluída, a operação ainda depende de aprovações da Agência Nacional de Energia Elétrica, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e por determinados credores da Desa e da WF2, além do resultado de auditorias pelas partes envolvidas.

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