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Presidente mundial da PepsiCo defende cotas para mulheres

Para Indra Nooyi, a adoção de cotas para mulheres nas empresas deve ser temporária mas pode ajudar a promover a equidade de gênero

Indra Nooyi: a executiva participou do evento de lançamento do programa Mulheres com Propósito, desenvolvida pela Pepsico no Brasil (Zach Gibson/Bloomberg)

Indra Nooyi: a executiva participou do evento de lançamento do programa Mulheres com Propósito, desenvolvida pela Pepsico no Brasil (Zach Gibson/Bloomberg)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 23 de março de 2018 às 09h58.

Última atualização em 23 de março de 2018 às 11h29.

São Paulo — Na noite desta quinta-feira (22), Indra Nooyi, presidente mundial da fabricante de alimentos e bebidas PepsiCo afirmou num evento em São Paulo que as cotas são um bom caminho para promover a equidade de gênero nas empresas.

Para ela, é um medida que deve ser temporária, até que sejam atingidos uma proporção adequada. “É bom que as companhias tenham 30 ou 40% de mulheres. Quando isso é uma meta você acha boas pessoas, pois existem muitas mulheres talentosas” afirma.

Indra participou do evento de lançamento do programa Mulheres com Propósito, desenvolvida pela Pepsico no Brasil. A iniciativa, em parceria com a organização FUNDES Latin America, fornecerá capacitação para aumentar a participação de mulheres em situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho e ajudar as empreendedoras a fortalecerem seus negócios.

A proposta é profissionalizar, no Brasil, 2 000 mulheres nos próximos cinco anos. Na América Latina 12 000 mulheres devem ser treinadas. Para a capacitação, serão investidos aproximadamente 1,8 milhão de dólares. Até o final de 2018, 400 mulheres em São Paulo receberão capacitação. Dentre elas, 50% serão negras.

Ao lado de Indra estavam Amália Fischer, coordenadora geral e cofundadora do fundo de Investimento Social ELAS; Fábio Barbosa, vice-presidente do conselho do Itaú Social e sócio-conselheiro da Gávea Investimentos; Maria José Tonelli, professora titular do departamento de administração e recursos humanos da FGV-EAESP – Escola de Administração de Empresas de São Paulo.

Os três convidados falaram sobre a importância das novas gerações na discussão de gênero. E concordam que comportamentos inadequados devem ser desestimulados. Uma das formas de mudar esse cenário é quebrar preconceitos e vieses inconscientes.

“Muitos homens promovem outros homens por se identificarem com eles. É preciso sair dessa inércia e se esforçar para criar um ambiente diverso”, diz Fábio Barbosa, vice-presidente do conselho do Itaú Social e sócio-conselheiro da Gávea Investimentos.

Na PepsiCo, 42% da liderança seniores já é composta por mulheres. Para que esse cenário seja possível, é preciso que elas tenham suporte no trabalho e na vida pessoal.

“Quando estou no Japão meus filhos ligam para perguntar onde está algo dentro de casa”, brinca Indra. A sugestão da presidente, é que as mulheres criem grupos de apoio entre si e consigam homens como aliados.

“Eu, como uma mulher CEO, me pergunto como garantimos que as mulheres tenham um sistema de apoio para elas serem quem querem ser” diz. Como reflexo, a companhia tem criado cada vez mais iniciativas para a promoção de mulheres interna e externamente.

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