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Corrida pelo ouro: joalheiros de Nova York aproveitam recorde histórico do metal para lucrar

Alta histórica do metal precioso altera comportamento de vendedores e compradores no Diamond District, em meio à busca por proteção financeira

Para muitos vendedores, a valorização representa uma oportunidade de lucro imediato (Getty Images)

Para muitos vendedores, a valorização representa uma oportunidade de lucro imediato (Getty Images)

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 16h20.

A valorização do ouro acima de US$ 4 mil a onça nesta semana movimentou o comércio de joias e metais preciosos em Manhattan, Nova York. Joalheiros locais relatam aumento nas vendas e mudanças no comportamento dos clientes, que passam a encarar o metal como reserva de valor diante da volatilidade dos mercados, segundo informações da Bloomberg.

O aumento no interesse reflete a procura global por ativos de refúgio em meio à instabilidade econômica e ao temor de novos desdobramentos da guerra comercial nos Estados Unidos.

O ouro, que era cotado abaixo de US$ 2.000 há dois anos, acumula valorização superior a 50% em 2025, se destacando como um dos principais investimento do ano.

Para muitos vendedores, a valorização representa uma oportunidade de lucro imediato. “Não é divertido comprar ouro, mas é ótimo vender agora”, afirmou Stephen Herdemian, dono de uma joalheria na região há mais de 40 anos, à Bloomberg.

Impactos no setor e adaptação das joalherias

Com o ouro e a prata atingindo valores recordes — o metal branco superou US$ 50 por onça pela primeira vez desde 1980 —, joalheiros têm buscado alternativas para manter a competitividade. O aumento dos custos levou muitos a reduzir o peso e o tamanho das peças, criando correntes mais finas, brincos leves e anéis menores.

Alguns comerciantes também relataram o aumento na procura por diamantes cultivados em laboratório, vistos como substitutos mais acessíveis em meio ao encarecimento dos metais preciosos.

Valorização dos metais

A alta dos metais preciosos ocorre em um contexto de tensões geopolíticas — incluindo o conflito no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia —, compras recordes por bancos centrais, entrada de recursos em ETFs e incertezas econômicas ligadas a tarifas dos Estados Unidos.

O banco UBS afirmou em nota que “a paralisação do governo dos EUA deu fôlego às negociações com ouro, somando-se às crescentes preocupações fiscais no Japão e na França em meio a recentes mudanças políticas”.

Além disso, expectativas de cortes de 0,25 ponto percentual nas reuniões de outubro e dezembro do Federal Reserve reforçam a atratividade de ativos não remunerados, como o ouro, em um ambiente de juros mais baixos.

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