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Corretoras têm 109 milhões de motivos para invadir China

Corretoras estão se preparando para o que poderia ser o passo mais importante já dado pela China para soltar os 109 milhões de investidores nos mercados globais


	China: a Interactive Brokers Group, a Saxo Capital Markets e a Robinhood são algumas das empresas internacionais que entraram ou expandiram sua presença na China
 (Getty Images)

China: a Interactive Brokers Group, a Saxo Capital Markets e a Robinhood são algumas das empresas internacionais que entraram ou expandiram sua presença na China (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2016 às 21h17.

Corretoras online do mundo inteiro estão se preparando para o que poderia ser o passo mais importante já dado pela China para soltar os 109 milhões de investidores individuais do país nos mercados globais.

A Interactive Brokers Group, a Saxo Capital Markets e a Robinhood são algumas das empresas internacionais que entraram ou expandiram sua presença na maior economia da Ásia nos últimos 12 meses.

Apesar dos cidadãos chineses possuírem hoje escopo limitado de investimento no exterior por causa dos controles de capitais do país, o banco central prometeu iniciar um programa de teste para negociar ativos estrangeiros em um “momento adequado”.

Como as autoridades econômicas chinesas estão focadas em acabar com 16 meses consecutivos de fluxos de saída de capitais, este pode parecer um momento estranho para que corretores apostem na aprovação de uma nova forma para que cidadãos transfiram dinheiro para o exterior.

Mas a Saxo Capital confia que o programa, conhecido como QDII2, comece no ano que vem, à medida que os fluxos de saída diminuam e as autoridades voltem a focar em reformas econômicas.

Para a empresa com sede em Copenhague e seus pares, é melhor chegar cedo do que perder a chance de ter um grupo possivelmente enorme de clientes novos ansiosos por experimentar o trading transfronteiriço.

“Estamos procurando ativamente sociedades na China enquanto nos preparamos para o programa QDII2”, disse Adam Reynolds, CEO da Saxo Capital para a região Ásia-Pacífico em Cingapura, em uma entrevista. “Apesar dos detalhes do programa ainda não terem sido definidos, acreditamos que ele criará oportunidades importantes para nós na China”.

Saxo, Interactive

A Saxo Capital, que abriu uma unidade com 15 funcionários na zona de livre comércio de Xangai em setembro, está procurando mais transações com financeiras locais após ter assinado um acordo em maio com a Shanghai Lujiazui International Financial Asset Exchange, um credor peer-to-peer.

O plano é permitir que sócios locais entrem no sistema de trading global da Saxo Capital e compartilhem usuários, disse Reynolds. Ele espera que o número de traders chineses na plataforma da empresa atinja 200.000 pessoas nos primeiros meses após o começo do QDII2, frente a um número “muito limitado” hoje.

A Interactive Brokers, uma das maiores corretoras eletrônicas de valores dos EUA, visa expandir seu escritório de sete anos em Xangai para se antecipar a um crescimento dos negócios quando o QDII2 começar, segundo David Friedland, diretor-gerente da empresa para a região Ásia-Pacífico.

Restrições

Segundo as atuais normas vigentes na China, os cidadãos podem transferir só US$ 50.000 para fora do país por ano.

Apesar de terem também acesso a alguns ativos estrangeiros por meio do programa de Investidores Institucionais Domésticos Qualificados do país e poderem comprar ações e fundos de Hong Kong, o trading direto de outros valores estrangeiros é difícil.

Diante do enfraquecimento do yuan e das ações locais mergulhadas em uma crise, é fácil ver por que os investidores chineses desejariam ampliar suas opções de investimento. O Shanghai Composite Index caiu 14 por cento neste ano, em comparação com uma alta de 6,3 por cento no índice S&P 500.

“Definitivamente, é bom ter acesso fácil a mercados estrangeiros, especialmente quando as ações locais estão em um bear market”, disse Tian Hongxia, 47, que trabalha em uma loja de departamentos em Xangai e negocia ações locais desde 1997.

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