Estádio do Corinthians: o produto mais vendido pelo time é a camisa oficial
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2011 às 13h08.
São Paulo - Uniformes, perfumes, canetas, baús, jogos de tabuleiro e até uma República Popular do Corinthians, chamada pela diretoria do clube de "a Catalunha brasileira". Não é por falta de produtos licenciados que os corinthianos deixarão de expressar seu amor pelo clube no ano do centenário. Mas, para os cofres do Parque São Jorge, a data rendeu, até agora, mais festas do que dinheiro.</p>
O diretor de marketing do Corinthians, Luís Paulo Rosenberg, estima que a receita total do clube, neste ano, alcance cerca de 200 milhões de reais. Desse total, o centenário renderá de 3 milhões a 5 milhões de reais. “Tudo que a gente lançou tem um valor mais simbólico do que dinheiro; são produtos para fazer o torcedor feliz”, diz.
No primeiro semestre, a receita líquida total do clube foi de 93,663 milhões de reais. A cifra considera as receitas de futebol (78,901 milhões de reais) e da parte social e amadora (14,762 milhões). Não há dados disponíveis, no site do clube, para comparação com o primeiro semestre de 2009.
Entre janeiro e junho, a receita com licenciamento e franquias foi de 5,621 milhões de reais. No ano passado inteiro, o valor chegou a 13,987 milhões. Isso significa que, se mantido o ritmo da primeira metade de 2010, os licenciamentos não alcançariam o que o clube arrecadou em 2009. Mesmo que pequenas, as cifras são benvindas pelo Corinthians. "Tudo é bom negócio, porque sou licenciador; não tem custo", afirma Rosenberg.
Portfólio alvinegro
O produto mais vendido pelo time é a camisa oficial, e Rosenberg desconversa sobre quem é o maior vendedor de uniformes, embora haja craques como Ronaldo em campo. "Corinthiano não é de craque, é mais o time, a bandeira", disse.
Nesse ano, o time licenciou sua marca para três brinquedos lançados pela Estrela: uma versão do Banco Imobiliários, em que os participantes compram e vendem passes de jogadores do clube; uma versão do Cara a Cara, em que é preciso adivinhar os atletas do Corinthians, a partir de dicas de seu perfil; e um quebra-cabeça. De acordo com a assessoria da empresa, as vendas desses produtos aumentaram 10%, em relação às versões originais.
O clube também lançou cartão telefônico e chip de celular. Na época do lançamento do chip, a expectativa era de que o produto fosse movimentar 4 milhões de reais em receita.
Nação corinthiana
No centenário, os lançamentos incluem a "República Popular do Corinthians", que oferecia gratuitamente certidões de nascimento, anistia e RG. Foram emitidas 63.622 certidões de nascimento, segundo o time.
Cem alvinegros abonados também podem exibir uma série limitadíssima composta por um trio de canetas comemorativas, com tinteiro, moeda comemorativa e certificado. O mimo é vendido por 8.480 reais por conjunto. "O leque de produtos está bem abrangente por ter produtos de diferentes preços, o que parece com o perfil da torcida, que vai do humilde ao milionário, do analfabeto ao intelectual", diz o publicitário e corinthiano Washington Olivetto.
Olivetto lançou um livro sobre o time em 2009 e nega que as vendas tenham aumentado com o centenário. "Mas toda vez que o Corinthians tem uma grande vitória, as vendas sobem. Isso é bem típico da torcida do clube", diz.
Torcida, aliás, que deve realizar o sonho da casa própria em breve. O projeto do estádio em Itaquera, na zonal leste de São Paulo. O projeto é tido, por enquanto, como o único que poderá abrigar a abertura da Copa do Mundo em São Paulo e deve ser assinado hoje (31/8) com a construtora Odebrecht. A obra é avaliada em 335 milhões de reais.
Fenômeno de lucro
Para Olivetto, a estratégia para reforçar a imagem do clube começou a ser executada bem antes do centenário, em dezembro de 2008, quando Ronaldo foi contratado pelo time. "Mesmo que ele não tivesse ganhado dois títulos em 2009, a contratação já seria interessante", diz. O jogador auxiliou a levar a imagem do time ao exterior, por exemplo.
Os números não deixam dúvidas de que, até agora, Ronaldo trouxe mais ganhos para o clube do que a promoção de seus 100 anos de fundação. A receita de patrocínios e publicidade, por exemplo, saltou de 24,7 milhões de reais, em 2008, para 49 milhões de reais em 2009, quando o craque já estava no clube.
A receita líquida apenas da parte de futebol, na comparação, subiu de 96,4 milhões de reais para 143,7 milhões. É claro que o outro lado de manter Ronaldo - e outros jogadores de ponta, como Roberto Carlos - na folha de pagamento foi o aumento das despesas. Isso derrubou o lucro com futebol para 4,043 milhões de reais, ante 12 milhões em 2008.
Espaço em campo
"O que é mais importante nesse momento do que dar certo ou não, é o fato de ter sido feito, porque muito pouca coisa na área mercadológica foi feita no futebol brasileiro", afirma Olivetto. Para o Corinthians, jogam a favor do marketing o tamanho de sua torcida e a base no estado que tem a economia mais forte do país, segundo Olivetto.
O Flamengo também tem uma torcida grande, mas está no Rio de Janeiro. "Mesmo sendo muito intuitivo e não necessariamente perfeito, o marketing que o Corinthians está fazendo é muito superior ao que já fez", diz o publicitário. Os resultados ainda não são uma goleada financeira, mas mostram que há espaço para muito jogo neste lado do campo dos esportes.
Veja as fotos do projeto do estádio em Itaquera
Leia mais sobre futebol
<
p class="pagina">
Siga as últimas notícias de Negócios no Twitter