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Corinthians dá 2,8 mil ingressos e 1,8 mil camisas à Caixa

O banco também tem direito a 5.160 produtos licenciados, 1.800 camisas oficiais e 2.800 ingressos de cadeira numerada para jogos no Itaquerão


	Corinthians: a Caixa Federal também tem direito a 5.160 produtos licenciados, 1.800 camisas oficiais e 2.800 ingressos de cadeira numerada para jogos no Itaquerão
 (Friedemann Vogel/Getty Images)

Corinthians: a Caixa Federal também tem direito a 5.160 produtos licenciados, 1.800 camisas oficiais e 2.800 ingressos de cadeira numerada para jogos no Itaquerão (Friedemann Vogel/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 08h33.

São Paulo - A Caixa Econômica Federal paga R$ 30 milhões por ano ao Corinthians não apenas para exibir a sua marca no uniforme do clube.

O banco também tem direito a 5.160 produtos licenciados, 1.800 camisas oficiais e 2.800 ingressos de cadeira numerada para jogos no Itaquerão, entre outros benefícios.

A reportagem teve acesso à lista de itens que formam uma tabela de contrapartidas exigidas pela Caixa no contrato de patrocínio com o Corinthians. A soma dos valores de mercado desses itens supera R$ 1 milhão. Todo mês, o clube tem de dar 150 camisas ao banco. Cada uniforme de jogo é vendido na loja oficial do clube por R$ 250.

A cota de ingressos destinada à Caixa é de 80 por partida como mandante. No ano passado, o Corinthians disputou 35 jogos no Itaquerão e o ingresso de cadeira numerada custou R$ 180.

A Caixa patrocina o Corinthians desde 2012. O contrato foi renovado em fevereiro do ano passado e termina no fim do próximo mês. Atualmente, o banco e o clube negociam o ampliação do acordo por mais uma temporada.

A diretoria do Corinthians justifica que é normal ceder produtos e ingressos aos parceiros comerciais. "É uma praxe do mercado, como contrapartida", disse à reportagem o superintendente de marketing do clube, Gustavo Herbetta.

A Caixa classificou o contrato com o Corinthians como "confidencial", mas o jornal O Estado de S. Paulo obteve cópia do documento com base na Lei de Acesso à Informação. O banco tentou vetar a liberação do documento alegando que o contrato é sigiloso e revela a estratégia comercial e negocial tanto da Caixa quanto do clube. Por determinação da Controladoria-Geral da União, no entanto, o banco teve de liberar cópia do contrato com veto somente às "informações abrangidas por sigilo concorrencial".

A Caixa é a maior patrocinadora do futebol brasileiro. Em 2015, além do Corinthians, o banco estatal estampou a sua marca nos uniformes de mais 11 clubes das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro: Flamengo, Figueirense, Chapecoense, Vasco, Atlético-PR, Coritiba, Sport, Vitória, CRB, Atlético-GO e América-RN.

O contrato com o Corinthians é o mais caro. Além de exposição da marca da Caixa, o acordo tem vários itens referentes ao dia a dia do clube.

O acordo dá, por exemplo, autorização para que clientes do banco possam visitar os jogadores depois dos jogos e no CT. Crianças convidadas pela Caixa podem ainda acompanhar a entrada dos jogadores no campo antes do início das partidas.

A Caixa também tem permissão para utilizar em duas datas as dependências do Parque São Jorge. A lista de contrapartidas inclui até a obrigatoriedade de implantação de coleta seletiva de lixo no clube e a construção de uma creche no Itaquerão.

O Corinthians tem ainda de ceder atletas com os quais possui contrato de direito de imagem para participarem de três ações promocionais promovidas pelo banco.

Falar mal da Caixa também é vetado pelo acordo. Uma das cláusulas diz que "sempre que se referir ou divulgar o nome ou marcas de propriedade da Caixa, atletas, prepostos, empregados e contratados devem demonstrar respeito para com as empresas, zelando sempre pelo seu bom nome e pela integridade de sua imagem".

Em caso de descumprimento dessa cláusula, o contrato pode até ser rescindido e o Corinthians ainda terá de pagar ao banco uma multa de 20% do valor do acordo, o equivalente a R$ 6 milhões.

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