Negócios

Copel será agressiva na disputa por usinas do Tapajós

Estatal paranaense quer se consolidar na região, começando pela construção da usina Colíder

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - A conquista da concessão para construção e operação da usina de hidrelétrica de Colíder, no Mato Grosso, é o primeiro passo para a consolidação da Copel na região do Rio Tapajós, segundo o presidente da estatal paranaense, Ronald Ravedutti.

Em 30 de julho, a Copel arrematou a usina de Colíder, com 300 megawatts (MW) de capacidade instalada, ao preço de 103,40 reais por megawatt-hora (MWH), em leilão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A usina está localizada no Rio Teles Pires, afluente do Tapajós.

"A estratégia (no leilão) era Colíder, que está em uma região importante para o futuro da geração no Brasil. Deverão ser mais quatro usinas até o final do ano e oito ou nove no futuro, além das linhas de transmissão que devem sair de lá", disse Ravedutti em teleconferência nesta sexta-feira sobre os resultados da empresa do segundo trimestre.

"Estamos dispostos a continuar com a agressividade nas usinas daquela região."

O leilão do final de julho também incluiu as usinas de Garibaldi (SC) e Ferreira Gomes (AP), conquistadas, respectivamente, por Triunfo e Alupar.

Por estar em Santa Catarina, a hidrelétrica de Garibaldi era vista como o principal alvo da Copel. "Mas vimos que era um risco dentro daquilo que estava definido... Entramos no leilão, mas rezamos para não ganhar", disse Ravedutti.

O executivo afirmou que ainda não há negociações para a venda dos 30 por cento da energia da usina de Colíder que será destinada ao mercado livre. A hidrelétrica deve entrar em operação no final de 2014.

Além de participar dos leilões de hidrelétricas e de linhas de transmissão (em junho a estatal arrematou uma linha e uma subestação no interior de São Paulo), a Copel deve participar do leilão de energia renovável previsto para o final de agosto.

"Vamos estar presentes por meio da energia eólica. Precisamos de um parque eólico, é fundamental para sermos uma referência em sustentabilidade", afirmou.


Fim dos descontos

De acordo com o presidente da Copel, a estratégia de crescimento da empresa passa pelo fim dos descontos nas tarifas de distribuição de energia, para garantir mais caixa à companhia. Ao mesmo tempo, não prevê alterações na política de dividendos.

"Não existem mais descontos, todos estão pagando a tarifa da Aneel. No meu entendimento, é uma política inteligente e coerente com a estratégia da companhia", disse Ravedutti.

Ainda assim, a empresa mantém o plano de oferecer aos seus clientes "a tarifa entre as mais baixas do setor elétrico", afirmou.

No último dia 8, a Copel anunciou o fim do desconto de mais de 12 por cento nas tarifas de distribuição concedido a todos os clientes --residenciais, industriais, comerciais e rurais.

Alguns dias antes, a Aneel aprovou um reajuste para a Copel médio de 2,46 por cento na distribuição.

O presidente da Copel afirmou ainda que "se estamos dispostos a crescer, não podemos abrir mão dos dividendos". "Seria antagônico com o nosso projeto de crescimento."

A Copel teve lucro de 135,7 milhões de reais no segundo trimestre, queda de 53,2 por cento contra igual período do ano passado, resultado do aumento dos custos e despesas pela compra de energia para revenda.

Leia mais notícias sobre energia

Siga as notícias do site EXAME sobre Negócios no Twitter


Acompanhe tudo sobre:CopelEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergia elétricaEstatais brasileirasLicitaçõesServiços

Mais de Negócios

Esse empresário deixou seus funcionários milionários ao vender startup por US$ 3,7 bi – veja como

Max vence 'briga' com Netflix por novos assinantes; qual é a estratégia?

Esta startup ajuda as varejistas a economizar milhões em multas com... etiquetas

A nova era do franchising