Copel: "ainda não definimos se vamos participar sozinhos ou com alguma parceira", diz a empresa (NANI GOIS)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2015 às 20h36.
São Paulo - A estatal paranense Copel tem financiamento equacionado para participar do leilão de hidrelétricas existentes que o governo federal promove em 25 de novembro, no qual vai mirar as usinas do lote B --que pertenciam à empresa, mas tiveram a concessão encerrada, disse o presidente da elétrica nesta quinta-feira.
"Ainda não definimos se vamos participar sozinhos ou com alguma parceira. Estamos fechando entre esta quinta e sexta-feira a decisão. Já temos o funding para essa operação... com capital próprio e de terceiros", disse o presidente, Luiz Fernando Vianna, durante teleconferência com analistas.
O Lote B do leilão compreende as usinas Governador Parigot, de 260 megawatts, Mourão I, com 8,2 megawatts e Paranapanema, com 31,5 megawatts. Os empreendimentos somam um bônus de outorga de 735,5 milhões de reais, dos quais 65 por cento deverão ser pagos ao governo federal ainda neste ano.
O presidente da Copel disse que a alteração das regras do certame promovida pelo governo em agosto, quando foi autorizado que até 30 por cento da energia das usinas seja comercializado no mercado livre de eletricidade a partir de 2017, "trouxe mais atratividade para os ativos".
Ainda assim, ele ponderou que o certame é um desafio para as empresas brasileiras por acontecer em um momento em que as geradoras enfrentam perdas de faturamento devido à seca, que reduz a geração hidrelétrica.
"Acaba sendo um grande desafio... dada a conjuntura setorial, por restrições de caixa de nossas geradoras... e a conjuntura econômica, que limita as condições de financiamento", explicou.
ACORDO PARA APOIO ÀS HIDRELÉTRICAS
A Copel ainda não decidiu se aceitará a proposta apresentada pelo governo federal para compensar parcialmente hidrelétricas do país por perdas de faturamento causadas pela seca, principalmente devido às regras apresentadas pela Aneel para viabilizar o apoio às usinas que venderam a produção no mercado livre de eletricidade.
"A proposta (para o mercado livre), em um primeiro momento, não nos agrada... e posso dizer que não agrada a maioria dos agentes geradores... estamos fazendo os estudos, fazendo as contas. A decisão ainda não está tomada", disse Vianna.
O acordo entre governo e empresas foi autorizado pela Medida Provisória 688, aprovada esta semana na Câmara dos Deputados, e teve os detalhes regulamentados pela Aneel.
É exigido das elétricas, como contrapartida, que retirem ações judiciais com as quais obtiveram proteção contra novas perdas com o déficit hídrico.
O acúmulo de mais de uma centena de liminares levou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) a suspender a liquidação financeira de contratos de energia referente a setembro, que aconteceria na última terça-feira.
Vianna disse que espera que a aprovação da MP 688 no Senado abra o caminho para o fechamento de um acordo entre governo e empresas, com posterior retirada das ações que paralisaram as operações na CCEE.
"Essa paralisação só agrava mais a crise (do setor elétrico). Por outro lado, o setor tinha que passar por isso para achar a solução (para o déficit das hidrelétricas) e fazer com que esse mercado novalmente volte a funcionar", disse Vianna.