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COP26 tem montanha a escalar, com mundo a caminho de aquecimento de 2,4ºC

O britânico Alok Sharma, presidente da COP26 em Glasgow, disse que em breve o primeiro rascunho da chamada decisão de capa na tentativa de concentrar as atenções nos três dias restantes

COP26: "Estamos fazendo progresso na COP26, mas ainda temos uma montanha a escalar nos próximos dias", disse Alok (Phil Noble/Reuters)

COP26: "Estamos fazendo progresso na COP26, mas ainda temos uma montanha a escalar nos próximos dias", disse Alok (Phil Noble/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de novembro de 2021 às 17h33.

Última atualização em 16 de novembro de 2021 às 15h06.

O presidente da conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça-feira que ainda há uma montanha a ser escalada para se atingir a meta de limitar o aumento da temperatura global em 1,5 grau Celsius, e um grupo de pesquisa disse que as promessas atuais levarão a Terra a se aquecer muito além disso.

O britânico Alok Sharma, presidente da COP26 em Glasgow, disse aos repórteres que as autoridades presentes na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 publicarão em breve o primeiro rascunho da chamada decisão de capa, que resume os compromissos de mais de 190 países, na tentativa de concentrar as atenções nos três dias restantes.

"Estamos fazendo progresso na COP26, mas ainda temos uma montanha a escalar nos próximos dias", disse.

O grupo de pesquisa Climate Action Tracker (CAT) colocou um número desanimador no tamanho da montanha, dizendo que todas as promessas nacionais apresentadas até agora para cortar os gases de efeito estufa até 2030 permitiriam que a temperatura do planeta aumente 2,4ºC até 2100 na comparação com os níveis pré-industriais.

Cientistas dizem que 1,5ºC, a meta estabelecida no Acordo de Paris de 2015, é o máximo que a Terra consegue suportar para se evitar um aumento catastrófico das ondas de calor intensas, secas, tempestades, inundações e perdas de lavoura, que já ocorrem.

Para alcançar este objetivo, a ONU quer zerar as emissões até 2050 -- o que significa não emitir mais gases de efeito estufa do que pode ser absorvido simultaneamente.

A entidade diz que isto só será possível se as emissões, provocadas sobretudo pelo dióxido de carbono da queima de carvão, petróleo e gás, forem reduzidas em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2010.

"Mesmo com todas as novas promessas de Glasgow para 2030, emitiremos cerca do dobro do exigido para 1,5ºC em 2030", disse o CAT.

O grupo alertou explicitamente para que não se suponha que as promessas de prazo mais longo de zerar emissões serão cumpridas, já que a maioria dos países ainda não implantou as políticas ou legislações de curto prazo necessárias.

"Está ótimo para os líderes afirmarem que têm a meta de zerar emissões, mas se eles não tiverem planos sobre como chegar lá, e suas metas para 2030 forem tão baixas como são algumas delas, francamente estas metas de zerar emissões são só conversa fiada, ao invés de uma ação climática real", disse Bill Hare, presidente-executivo da Climate Analytics, uma das organizações por trás do CAT.

Leia a cobertura completa da EXAME sobre a COP26

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