Fábrica da Scania: há planos de produzir o caminhão elétrico no Brasil (Germano Lüders/Exame)
Rodrigo Caetano
Publicado em 10 de novembro de 2021 às 13h02.
A Scania planeja o lançamento de uma linha de caminhões pesados a bateria em 2023. Os veículos terão capacidade para 40 toneladas de carga, peso máximo permitido para uma carreta de três eixos, um dos maiores caminhões que rodam no Brasil. “Há esse mito de que o transporte pesado não comporta veículos a bateria”, afirmou à EXAME Andreas Follér, líder global de sustentabilidade da companhia. “A verdade é que eles vão chegar ao mercado em breve.”
O caminhão terá autonomia para rodar 4 horas na velocidade de uma grande rodovia, que é o tempo máximo de direção indicado para os motoristas. O carregamento completo das baterias levará 45 minutos, tempo suficiente para o caminhoneiro descansar e retomar a viagem.
Segundo Follér, o caminhão elétrico deverá ter um preço de compra mais elevado do que um similar a combustão. Seu custo de operação, no entanto, será menor.
Falta infraestrutura
A Scania trabalha com produtos globais, disse Follér, o que abre caminho para que a carreta elétrica seja comercializada no Brasil. O que atualmente impede esse movimento é a infraestrutura. “O que eu peço ao governo brasileiro é que construa a infraestrutura de recarga”, diz o executivo. “A transição para o transporte elétrico vai acontecer de qualquer maneira”. Caso exista demanda, a Scania poderia, inclusive, fabricar o caminhão elétrico em sua fábrica em São Paulo.
No ano passado, a Scania lançou uma linha de caminhões elétricos, mas voltados para zonas urbanas e para o comércio eletrônico.
EXAME na COP
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.
Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países-membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a ser tomadas.
Para além disto, líderes empresariais, sociedade civil e mais, se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas.