COP26: A proposta vai muito além do plantio de mudas (Getty Images) (Ricardo Lima/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2021 às 16h11.
Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 12h29.
Durante a COP26, a Conferência do Clima da ONU, quatro das maiores ONGs socioambientais do mundo apresentam uma aliança que tem como meta restaurar quatro milhões de hectares de florestas e paisagens na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica até 2030.
Segundo as instituições, a área total a ser restaurada é equivalente a aproximadamente ao território do estado do Rio de Janeiro. A aliança União Pela Restauração é composta pela Conservação Internacional (CI-Brasil), The Nature Conservancy (TNC Brasil), World Resources Institute (WRI Brasil) e o WWF-Brasil estarão no Brazil Climate Action Hub, em Glasgow.
A proposta vai muito além do plantio de mudas. A restauração de ecossistemas engloba diversas técnicas e é uma importante solução baseada na natureza como uma das estratégias para reduzir os avanços climáticos e manter o aumento médio da temperatura global em no máximo 2°C em relação ao período pré-industrial, sendo ideal manter o aumento em 1,5°C, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
De acordo com Mauricio Voivodic, diretor executivo do WWF Brasil, o Brasil é um dos países que mais pode se beneficiar com a restauração, cumprindo seus compromissos climáticos e de proteção da biodiversidade, com benefícios ambientais e socioeconômicos. "A restauração é uma atividade que emprega muita gente, desde coletores de sementes até trabalhadores e trabalhadoras da indústria. Portanto, seus benefícios vão muito além da recuperação da biodiversidade local, contribuindo também para novos modelos produtivos inclusivos", explica Voivodic.
Segundo informações do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), o Brasil aumentou as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 9,5%, em 2020. E, ainda segundo os dados do SEEG, 46% dessas emissões têm origem no uso inadequado do solo. A união dessas quatro grandes instituições traz importante contribuição para esta agenda de preservação florestal.
Mais de cem líderes mundiais se comprometerão nesta terça-feira, 2, durante a COP-26, a deter e reverter o desmatamento até 2030 com medidas apoiadas por 19 bilhões de dólares de fundos públicos e privados, que serão investidos na proteção e restauração das florestas. O Brasil faz parte da lista.
Na segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, já tinham anunciado a meta de zerar o desmatamento ilegal até 2028 no Brasil. Antes, a data prevista era 2030.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.
Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas.
Para além disto, líderes empresariais, sociedade civil e mais, se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas.
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