Cooperação: "tem a ver com alocação de recursos no que é bom para o time", diz Yves Morieux (AndreyPopov/ThinkStock)
Luísa Melo
Publicado em 10 de novembro de 2015 às 18h06.
São Paulo - Mesmo com todas as novas tecnologias, melhores formas de comunicação e habilidades das novas gerações, a produtividade no ambiente de trabalho não cresce e o engajamento dos funcionários cai em todo o mundo.
O motivo, segundo Yves Moriex, diretor do Boston Consulting Group, é que a estrutura hierárquica das empresas está cada vez mais complicada e as práticas de gestão obsoletas.
De acordo com ele, a única maneira de conseguir vantagem competitiva nesse cenário é "criar uma organização que use melhor a inteligência das pessoas".
Para isso, estimular a colaboração entre funcionários é fundamental – e ela não tem sido incentivada da forma correta na maioria das companhias.
Segundo o executivo, o primeiro estereótipo que deve ser quebrado é o de que colaborar significa se dar bem.
"Isso está completamente errado. Quanto mais uma pessoa gosta de outra, mas ela vai se esforçar para proteger o relacionamento e menos vai fazer o que precisa ser feito. Cooperação pode significar atrito, tensão", disse durante palestra na HSM Expomanagement 2015, nesta terça-feira (10), em São Paulo.
Outro ponto que precisa ser mudado, na visão dele, é a forma como as equipes são recompensadas. "É preciso sacrificar o desempenho individual para fazer a diferença no trabalho do outro. Se você reconhece apenas individualmente, os colaboradores vão colocar a energia nesses indicadores e não no que é de fato importante".
"Cooperar não é difícil, tem a ver com alocar recursos no que é bom para o time. Graças à cooperação, o todo vale mais do que as partes", emendou. Só assim é que a simplicidade seria alcançada e as empresas deixariam de desperdiçar tempo com relatórios e reuniões desnecessárias, por exemplo.
Yves Morieux é também autor do livro: "Seis regras simples: como gerenciar a complexidade sem se complicar".