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Contrato com o governo leva Positivo a recorde de vendas

Maior prazo de pagamento, porém, aumentou o endividamento da companhia no primeiro trimestre

Linha de montagem da Positivo: 425,7 mil unidades foram vendidas no primeiro trimestre (.)

Linha de montagem da Positivo: 425,7 mil unidades foram vendidas no primeiro trimestre (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - A Positivo Informática registrou o maior número de computadores vendidos em um primeiro trimestre da sua história (foram 425,7 mil unidades - 31,8% maior que no mesmo período de 2009) e também a maior receita bruta do período (616,6 milhões de reais - 31,7% maior que no primeiro trimestre de 2009). Os recordes foram impulsionados pelas vendas da empresa ao governo, que representaram mais de 25% do total da companhia entre janeiro e março.

No primeiro trimestre de 2010, as vendas para o governo tiveram aumento de 109,7% em relação ao primeiro trimestre de 2009. Nas vendas ao varejo, o aumento foi de 25,9% na comparação anual. As vendas ao governo também foram responsáveis pela redução do custo por venda e por melhor margem bruta no trimestre, segundo análise da corretora Link feita pelo analista Rafael Cintra.

O valor dessa venda de computadores havia sido definido junto ao Ministério da Educação em 2008, com diferentes faixas de preço e taxas de câmbio. Para combater a alta volatilidade do dólar, no início de 2009, a empresa "travou" em reais a taxa de câmbio para os fluxos de importação dos grandes projetos associados ao governo.

À medida que as entregas são feitas a empresa registra ganhos no ebitda (geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). No trimestre, o ebitda foi de 64,7 milhões de reais - um crescimento de 689,2% em relação ao mesmo período de 2009 - representando 12,2% de margem ebitda contra 9,5% da margem ebitda ajustada.

O lucro líquido foi de 37,8 milhões de reais no primeiro trimestre de 2010 - 344,5% maior que o do mesmo período de 2009. O aumento ocorreu por causa dos ganhos registrados pela empresa com a contratação dos hedges para os projetos do governo. Sem isso, o lucro líquido da Positivo seria de 27,5 milhões de reais, com margem de 5,2% contra 7,1% reportada, segundo a Link.


Endividamento

Em contrapartida ao aumento nas vendas, a comercialização com o governo aumentou o endividamento da empresa, segundo a Link. Esse endividamento passou de 62 milhões de reais de dívida líquida para 195 milhões de reais. Desse total, 93 milhões de reais foram por causa do prazo de pagamento do governo, que é de 180 dias, enquanto o do varejo é de 60 dias. Por isso, segundo a corretora, é esperada que a empresa apresente grande geração de caixa no segundo semestre, em decorrência do pagamento do governo.

As despesas da empresa foram maiores que as expectativas da Link. A Positivo teve que manter uma estrutura maior por causa do maior volume de vendas e também precisou aumentar os salários dos funcionários. As despesas com vendas também ficaram acima das expectativas, com destaque para os gastos com assistência técnica - que foram 5,8% da receita líquida da companhia nesse período, por causa do projeto do governo.


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