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Contra crise, Azul corta preços de voos aos EUA

Em voos internacionais, a empresa também revisou seus planos de expansão e se viu obrigada a reduzir em cerca de 50% seus preços em dólar


	Avião da Azul: A Azul vai encerrar o ano com a frota estável, de cerca de 140 aeronaves, mas poderia ter expandido, segundo Neves
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Avião da Azul: A Azul vai encerrar o ano com a frota estável, de cerca de 140 aeronaves, mas poderia ter expandido, segundo Neves (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2015 às 11h40.

São Paulo - A crise econômica e a alta do dólar fizeram a companhia aérea Azul pisar no freio e reduzir o seu ritmo de expansão em 2015.

No mercado brasileiro, em vez de encerrar o ano com crescimento de 15% na oferta de assentos em voos domésticos, a companhia agora prevê expansão de 3,8%.

Em voos internacionais, a empresa também revisou seus planos de expansão e se viu obrigada a reduzir em cerca de 50% seus preços em dólar.

"Com a nossa frota, poderíamos expandir em 15% a nossa oferta. Mas nossos aviões estão voando menos e não vamos crescer nem 4%. Isso não nos deixa felizes", afirmou na quinta-feira, 8, a jornalistas o presidente da Azul, Antonoaldo Neves, após apresentar, no Aeroporto de Viracopos a nova configuração interna do avião A330, que foi reformado para melhorar o serviço oferecido nos voos internacionais da empresa.

A Azul vai encerrar o ano com a frota estável, de cerca de 140 aeronaves, mas poderia ter expandido, segundo Neves.

A companhia continuou a receber aviões da Embraer e da Airbus neste ano, mas enxugou o portfólio com a venda de 14 turboélices ATRs e cinco jatos Embraer 175, que eram da Trip, adquirida pela Azul em 2012.

Ao contrário das líderes Gol e TAM, que começaram a enxugar sua oferta em 2012, a Azul mantinha um ritmo acelerado de expansão, movimento que fez a empresa atingir uma participação de 17% no mercado de voos nacionais em agosto, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Assim como as demais companhias aéreas brasileiras, a Azul sofreu um choque de custos com a alta do dólar. Cerca de 60% das despesas do setor, como o querosene de aviação e as peças das aeronaves, são cotadas na moeda americana.

A alta do dólar também tornou a viagem para o exterior mais cara para os brasileiros e afetou a demanda por voos internacionais. Para não ficar com o avião vazio, a Azul teve de reduzir os preços dos seus voos.

Quando estreou o rota Viracopos - Fort Lauderdale, em dezembro passado, Neves lembra que os preços partiam de US$ 800 ida e volta, algo que custava aos brasileiros cerca de R$ 2 mil com o dólar a R$ 2,60.

Hoje, os preços partem de US$ 400 e, mesmo com o dólar a R$ 4, o custo s caiu para cerca de R$ 1,6 mil.

Com a queda de preços e a alta de custos operacionais, os voos internacionais da Azul são "marginalmente" lucrativos, diz Neves.

"Nosso plano de negócios é que a operação seria lucrativa em um ano. Mas, neste ano, tivemos meses como janeiro, fevereiro e março que foram lucrativos. Mas abril não foi, nem agosto", explica.

Com o resultado comprometido, a empresa cancelou os planos de voar de Guarulhos para Orlando a partir de dezembro e colocou na geladeira os planos de voar para Nova York.

Retrofit

A Azul comprou sete aviões Airbus A330 para fazer seus voos internacionais. Os aviões são usados e foram reformados para receber uma nova configuração interna, dentro dos padrões de serviço da companhia.

O primeiro modelo reformado foi apresentado na quinta à imprensa e começa a voar hoje para os Estados Unidos.

O novo avião tem três classes de assento - além de executiva e econômica, há uma que oferece espaço extra na classe econômica, como já ocorre nos voos nacionais.

Há, até o momento, dois aviões reformados e outros dois em fase de adaptação. A Azul comprou também no ano passado cinco jatos A350, que serão entregues em 2017.

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