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Conteúdo original atrai clientes e derruba lucros do Netflix

No segundo trimestre deste ano, a empresa ganhou 3,3 milhões de novos assinantes, mas viu seu lucro cair 63% ante o mesmo período de 2014


	Netflix: primeiro filme produzido pela companhia estreia em outubro
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Netflix: primeiro filme produzido pela companhia estreia em outubro (Andrew Harrer/Bloomberg)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 16 de julho de 2015 às 19h13.

São Paulo - O Netflix conquista cada vez mais clientes, mas, por outro lado, tem lucros tímidos por conta dos altos gastos com a produção conteúdo próprio e dos planos de se expandir internacionalmente.

É isso o que mostra o balanço dos resultados da empresa no segundo trimestre.

De abril a junho deste ano, o serviço de streaming conseguiu 3,3 milhões de novas assinaturas, quantidade quase duas vezes maior do que a alcançada no mesmo período de 2014, de 1,7 milhão.

Desse total, 900.000 vieram dos Estados Unidos e 2,4 milhões de outros países. Austrália e Nova Zelândia, onde a companhia se lançou no final de março, originaram um quarto dos novos consumidores.

O crescimento da rede surpreendeu até mesmo o próprio Netflix, que esperava um acréscimo de 2,5 milhões de assinantes para o trimestre. O feito foi creditado aos investimentos em programas produzidos por conta própria.

Só no segundo trimestre estrearam as séries Dragons: Race do the Edge, Marvel's Daredevil, Sense8 e Frankie, além da terceira temporada de Orange is the New Black. Foi a maior reunião de lançamentos exclusivos até agora.

Mas, ao mesmo tempo em que os conteúdos originais atraem o interesse dos consumidores, eles custam caro para o Netflix – e fazem seus ganhos reais encolherem.

Seu lucro líquido despencou de 71 milhões de dólares no segundo trimestre de 2014 para 26 milhões de dólares no mesmo período deste ano, uma queda de 63%. Apesar disso, o resultado foi um pouco melhor do que o registrado entre janeiro e março de 2015, de 24 milhões de dólares.

Já o fluxo de caixa fechou negativo em 229 milhões de dólares, número pior do que o apresentado no primeiro trimestre, de 163 milhões de dólares negativos.

"Nosso investimento em originais demanda capital intensivo", explicou o Netflix, em nota.

E o mercado já absorveu esse movimento. “Ela (Netflix) deixou de ser uma empresa avaliada por quanto lucra para ser uma empresa avaliada por quanto gasta”, disse David Einhorn, gestor de fundos da Greenlight Capital, depois que as ações da companhia subiram com a divulgação dos resultados.

Planos

Para o futuro, o Netflix diz que continuará investindo nas séries e filmes exclusivos e na sua internacionalização. Lucros significativos só estão previstos a partir de 2017.

Nos próximos três meses, o serviço de streaming começa a operar no Japão. No último trimestre de 2015, chega a Portugal, Espanha e Itália. A expansão deve continuar até 2016, com o mercado chinês entre os planos.

O primeiro filme de produção própria será lançado em outubro e um longa com Brad Pitt está previsto para chegar ao cinema e aos assinantes no ano que vem. Este último foi o maior investimento já feito pela empresa no ramo cinematográfico, de 30 milhões de dólares. 

Já a série Narcos, estrelada pelo brasileiro Wagner Moura, estreia no dia 28 de agosto

O Netflix tem hoje 65 milhões de clientes, 42 milhões só nos Estados Unidos. 

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