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Contém 1g passa corretivo para conquistar mercado externo

Empresa tenta voltar ao mercado externo e às vendas online, depois de ter deixado esses projetos no passado

Loja da Contém 1g (Foto/Divulgação)

Loja da Contém 1g (Foto/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 15h43.

São Paulo - Depois de alguns tropeços e uma renovada na imagem, a Contém 1g traçou novamente uma estratégia para conquistar o mercado externo e aumentar as vendas pela internet.

Agora, passou um corretivo em toda a operação. Mais próxima dos franqueados, com novos produtos e novos parceiros, a companhia acredita estar madura para retomar os projetos e o crescimento.

Há cerca de 15 anos, a empresa de beleza começou a se expandir para fora do Brasil. Ela chegou a ter unidades no México, Espanha, Portugal e até na galeria Lafayette, em Paris.

No entanto, a Contém 1g era bem diferente na época. No Brasil, era focada em perfumaria, que correspondia a 85% do faturamento. A linha de maquiagens era limitada, restrita a alguns itens para adolescentes e voltada para as classes B e C.

No exterior, porém, o maior sucesso era justamente na linha de maquiagem, responsável por 90% das vendas. “O mercado externo aceitava maquiagem brasileira, mas não a perfumaria”, disse o presidente.

Por isso, as vendas não eram suficientes para arcar com os custos com manutenção das lojas, aluguel e mão de obra. As unidades internacionais fecharam.

Novo make

Depois de mudanças no negócio, a companhia está pronta para o desafio de conquistar os estrangeiros, acredita Rogério Rubini, presidente da Contém 1g. 

Em 2007, a empresa passou por uma grande mudança com linhas de maquiagens para as classes A e B. Começou a lançar coleções com mais valor agregado, em embalagens mais bonitas, mais adequadas para o mercado internacional.

“Agora, estamos bastante confiantes que é possível partir para essa nova empreitada”, disse ele. Além disso, “a desvalorização do real fez surgir uma nova oportunidade, bastante promissora para empresas brasileiras”, diz ele.

A expansão no mercado externo será feita por meio de franquias e a companhia hoje busca parceiros interessados para empreender fora do país, mas ainda não tem mercados definidos.

A expectativa é que as primeiras unidades sejam inauguradas no segundo semestre de 2016.

Na internet

Além de se voltar para fora, a companhia também quer entrar em novos mercados brasileiros a partir de vendas online. “Ninguém mais pode se dar ao luxo de não estar na internet”, afirma Rubini.

A Contém 1g já havia tentado partir para o comércio eletrônico em 2012. Naquela época, “a relação entre as receitas e despesas não estava adequada”, segundo ele.

A empresa havia criado um departamento específico para as vendas online dentro da empresa. No entanto, os salários da equipe eram maiores que as receitas e o projeto foi encerrado.

“Lição aprendida", diz Rubini, "busquei um parceiro que irá realizar todas as etapas de venda e entrega e receberá proporcionalmente". 

Rivais importadas

Desde a última reestruturação da Contém 1g, em 2007, diversas marcas novas chegaram ao mercado, como as estrangeiras MAC, Sephora, NYX e a brasileira Quem disse, Berenice?. Muitas delas já operam inclusive com comércio eletrônico.

Há cerca de 4 anos, a Contém 1g crescia 35% a 40% ao ano. Depois da entrada das concorrentes, o crescimento caiu para apenas um dígito ao ano.

A empresa acredita que as duas novas empreitadas ajudarão a retomar o crescimento. Para a Contém 1g, a quantidade de pontos de venda é uma vantagem – são 190 unidades.

O valor alto do câmbio ajuda a empresa a enfrentar as concorrentes importadas, com produtos mais caros, acredita Rubini.

Lá fora, no entanto, as marcas concorrentes estão mais consolidadas e operam com preços mais reduzidos. Um desafio que a Contém 1g ainda precisará superar.

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