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Contax quer elevar receita com operação internacional

O ganho de mercado na América Latina é uma das apostas da companhia, originária do grupo Oi, para recuperar suas margens de lucro nos próximos anos


	No primeiro trimestre desse ano a fatia internacional chegou a 14,3% do faturamento, ante 10% no mesmo trimestre de 2012. O avanço no exterior é capitaneado pela Allus
 (Germano Lüders)

No primeiro trimestre desse ano a fatia internacional chegou a 14,3% do faturamento, ante 10% no mesmo trimestre de 2012. O avanço no exterior é capitaneado pela Allus (Germano Lüders)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2013 às 17h35.

Rio - Maior companhia de call center do país, a Contax (CTAX4) quer fortalecer sua operação internacional. O ganho de mercado na América Latina é uma das apostas da companhia, originária do grupo Oi, para recuperar suas margens de lucro nos próximos anos. A previsão é que a receita na região possa atingir em torno de 30% do negócio da Contax em um período de dois a três anos.

No primeiro trimestre desse ano a fatia internacional chegou a 14,3% do faturamento, ante 10% no mesmo trimestre de 2012. O avanço no exterior é capitaneado pela Allus, empresa de contact center com operações na Colômbia, Peru, Argentina e Espanha, adquirida pela Contax há dois anos.

A estratégia é que a Allus abra o caminho lá fora para as outras marcas que estão sob o guarda-chuva da Contax, como a Todo!, de tecnologia, e a Abillity, de trade marketing. "Fora do Brasil as margens são superiores. O mercado de língua espanhola tem, grosso modo, o potencial de nos dar o mesmo faturamento que o Brasil", disse Carlos Zanvettor, presidente da companhia há sete meses, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

No mercado doméstico, as margens do segmento têm sido pressionadas por fatores como inflação e baixa taxa de desemprego, que se refletem nos salários, principal custo do negócio. O executivo, entretanto, descarta transferir operações de call center de clientes brasileiros para vizinhos com custos mais baixos.

O grupo estima em R$ 15 bilhões o tamanho do mercado latino americano, que também serve como base para a exportação de serviços para outros mercados. A companhia brasileira, por exemplo, atende a Espanha a partir de sua base no Peru. No atual cenário de crise na Europa, a Contax se vale das melhores estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) para países.

Atualmente a Contax tem 13 unidades - até o fim do ano serão 17 - e quase 16 mil funcionários espalhados por Argentina, Peru e Colômbia. Zanvettor não abre os dados de investimento por região, mas admite que a maior parcela dos R$ 200 milhões do orçamento de 2013 irão para a internacionalização. "Como essa operação cresce mais rápido, chama mais investimento", diz.


De 2011 para 2012 a receita da Contax na América Latina dobrou para R$ 441,9 milhões, enquanto foi de 5,6% o crescimento no já maduro mercado brasileiro de contact center. No primeiro trimestre, o faturamento no exterior subiu a um ritmo de 46,7%%, para R$ 126,1 milhões. No Brasil, a receita (de call center) recuou 7%. Para acelerar esse avanço a Contax tem buscado estender os contratos já firmados no Brasil para os países vizinhos, o que já fez com clientes como DirectTV, Whirpool , Itaú e Santander.

Até o fim do ano a Contax iniciará atividades comerciais no Chile. O gigantesco mercado mexicano também está na mira. "Não estar em México e Chile nos incomoda", diz Marco Schroeder, diretor financeiro da Contax. O executivo não descarta um investimento "greenfield" nesses países, mas também trabalha com a hipótese de crescer via aquisições.

Dependência

Nascida em 2000 a partir de um spin-off (cisão) do grupo Oi, a Contax detém cerca de 30% do mercado nacional de contact center e atingiu em 2012 uma receita de R$ 3,6 bilhões. Passada mais de uma década, a companhia ainda tem 39% de sua receita atrelada a contratos com a operadora, sua maior cliente. O porcentual vem caindo - em 2009 chegava a 51% - e Zanvettor trabalha para reduzir ainda mais essa fatia ao longo de sua gestão.

"A Oi é um cliente importante e uma parceria de longo prazo. Mas não é saudável ter metade do negócio concentrado em um único cliente", diz Schroeder.

A primeira etapa de redução dessa dependência deve estar concluída no fim de 2013, com a participação dos contratos da operadora de telefonia caindo a 30%. A mudança, reforçam o presidente e o CFO da Contax, vem da maior velocidade de crescimento de outros segmentos. Zanvettor faz questão de afirmar que a Oi nunca será um cliente pequeno.

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