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O que promete estar na pauta do evento COP 27 este ano?

Próxima conferência climática da ONU, desta vez sediada no Egito, começa no dia 6 de novembro — com desafios para lá de urgentes

BRAZIL - 2022/06/14: In this photo illustration, a woman holds a smartphone with the 2022 United Nations Climate Change Conference COP27 logo in the background. The 2022 United Nations Climate Change Conference COP27 event will take place from the 7-18 November 2022, in Sharm El-Sheikh, Egypt. (Photo Illustration by Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images) (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

BRAZIL - 2022/06/14: In this photo illustration, a woman holds a smartphone with the 2022 United Nations Climate Change Conference COP27 logo in the background. The 2022 United Nations Climate Change Conference COP27 event will take place from the 7-18 November 2022, in Sharm El-Sheikh, Egypt. (Photo Illustration by Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images) (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2022 às 10h15.

Última atualização em 26 de outubro de 2022 às 13h33.

Em resumo, o principal objetivo da COP 27, que ocorre no Egito entre os dias 6 e 18 de novembro, é limitar o aquecimento global a no máximo 1,5ºC. O que a próxima conferência climática da ONU almeja acima de tudo, portanto, é colocar em prática uma estratégia para cumprir a meta estabelecida no já antigo Acordo de Paris, de 2015. Em comparação aos níveis pré-industriais, vale dizer, o mundo já está 1,2ºC mais quente.

Esse primeiro objetivo, gigantesco e urgente, está relacionado à chamada mitigação. Mas a conferência também tem como meta criar estratégias que mirem a adaptação, o financiamento e a colaboração, assim como nas edições anteriores. Adaptação porque os participantes precisam colocar em prática um plano para proteger as comunidades que, invariavelmente, serão afetadas pelo aquecimento global — parte do estrago, como se sabe, já está feito graças ao efeito estufa. 

O financiamento é outro ponto-chave porque a ONU considera urgente convencer os países mais ricos a disponibilizar pelo menos 100 milhões de dólares por ano. Esse dinheiro todo, espera-se, será usado pelas nações mais pobres no enfrentamento das mudanças climáticas. Já a colaboração se refere à visão da conferência, corretíssima, de que a mitigação das mudanças climáticas depende da participação inclusiva e ativa de todos os stakeholders. Sem a participação de governos, do setor privado e da sociedade civil, todos nós corremos sérios riscos.  

Quais são as consequências do aquecimento global?

Nunca é demais lembrar: caso a temperatura planetária suba 2ºC, em média, estaremos em sérios apuros. Quase todos os recifes de coral de água quente, por exemplo, seriam destruídos e o gelo do mar Ártico derreteria inteiramente em pelo menos um verão a cada década. Outra consequência seria o derretimento de parte considerável da Groenlândia e da Antártica, elevando o nível do mar em vários metros ao longo dos próximos séculos. 

Mais: quase um terço da população ficaria regularmente exposta ao calor severo, o que se traduziria em problemas de saúde e, inevitavelmente, em maior número de mortes relacionadas ao clima. Mantido o teto de 1,5ºC tudo fica resolvido? Negativo. Mas o panorama seria menos apocalíptico. Nesse cenário, a humanidade enfrentaria menos riscos de escassez de alimentos e água e menos espécies correriam risco de extinção. E as doenças desencadeadas pela poluição do ar também seriam menos preocupantes. 

O que se sabe, ao certo, é que a janela que viabiliza a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC já está se fechando. O maior golpe ao Acordo de Paris, substituto do Protocolo de Kyoto, foi a desistência dos Estados Unidos em colaborar, em 2017, por ordem do ex-presidente Donald Trump. Biden desfez o movimento depois de assumir a Casa Branca e prometeu traçar uma estratégia para zerar as emissões norte-americanas de poluentes até 2050. 

Até a China, o país que mais polui, prometeu mudanças — tem como objetivo atingir o pico de emissões do poluente até 2030 e baixar a zero até 2060. Na sequência, o gigante asiático criou o maior mercado de carbono do mundo. Por enquanto, só o setor de energia, que responde por 40% das emissões chinesas, precisa se submeter à novidade. 

Há outras boas notícias para o meio ambiente, embora ainda insuficientes para dar fim à enrascada na qual a humanidade se meteu. As energias limpas, como a eólica e a solar, por exemplo, viraram as mais baratas na maioria dos países. Mais uma boa notícia: em 2019, só 30% da economia mundial tinha estabelecido metas para atingir a neutralidade de carbono — hoje já são 70%. Muitas montadoras de automóveis, acrescente-se, estão decididas a produzir apenas modelos elétricos ou híbridos. 

O Reino Unido, por sua vez, reduziu as emissões de carbono em 44% nos últimos 30 anos, o que não impediu sua economia de crescer 78%. Em 2012, 40% da eletricidade do país era obtida por meio da queima de carvão e essa cifra já caiu para 2%. A meta inglesa agora é reduzir as emissões em 78% até 2035, eliminar gradualmente o uso de carvão até 2024 e encerrar a venda de novos veículos a combustão até 2030. Que objetivos como esses não fiquem na promessa. 

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