Falco: "não conseguimos competir com entretenimento gratuito", disse em referência às Olimpíadas (Marcelo Correa/EXAME.com)
Luísa Melo
Publicado em 4 de outubro de 2016 às 05h00.
São Paulo - Mesmo com o cenário econômico turbulento, a CVC conseguiu vender mais pacotes de viagem no terceiro trimestre. As reservas confirmadas cresceram 4,4%, para 1,42 bilhão de reais, frente ao mesmo intervalo do ano passado.
Para o presidente da companhia, Luiz Eduardo Falco, o desempenho se deve, principalmente, à retomada da confiança dos clientes na economia.
"O consumidor estava mais inseguro e comprando mais próximo da viagem. Agora, ele está voltando ao comportamento normal, comprando com a antecipação histórica de três meses", disse a EXAME.com.
De acordo com ele, a volta do planejamento foi mais consistente no segmento internacional, que teve aumento de 14,6% nas vendas no período.
"Apesar da melhora, ainda existe o medo da demissão. Em agosto, tivemos o maior índice de desemprego da história", analisou.
Mês a mês
As reservas confirmadas da empresa cresceram 8,2% em julho e setembro, mas recuaram 2,4% em agosto, na comparação anual.
Na avaliação de Falco, esse resultado é reflexo das Olimpíadas e também do processo de impeachment, eventos que trouxeram incertezas e "machucaram o varejo".
"A gente não consegue competir com entretenimento gratuito. Chamar os amigos para tomar uma cervejinha e ver os jogos não briga com férias na praia, porque além de ser uma delícia, não custa nada", brincou.
Quando considerados os números da Rextur Advance e da Submarino Viagens, as vendas geradas do grupo somaram 2,27 bilhões de reais no terceiro trimestre.
A empresa não informou as receitas do período, nem se teve lucro ou prejuízo.
Novos rumos
A operadora de turismo abriu em setembro suas duas primeiras lojas especializadas em intercâmbio. Neste mês, outras duas serão inauguradas. O plano é ter 10 unidades no segmento até o fim do ano.
No próximo dia 20, a CVC define em assembleia de acionistas a nova composição de seu conselho de administração.
O fundo Carlyle e o fundador da companhia, Guilherme Paulus, venderam dois terços de suas fatias no capital e perderão cadeiras.
A participação do investidor foi reduzida de 44,8% para 15,8% e a do empresário, de 24,3% para 8,4%. Paulos, entretanto, deve continuar na presidência do conselho.
"Ele é o rei do turismo no Brasil e ainda tem um tráfego invejável no governo. Não conseguimos ver outra pessoa para ocupar esse lugar", disse Falco, que também segue no comando executivo.
A CVC encerrou setembro com 1.064 pontos de vendas, 23 deles abertos no terceiro trimestre.