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Consultoria mostra cinco formas de colocar em prática a economia circular

Modelos de reúso, compartilhamento e adoção de insumos circulares são alguns dos exemplos que podem ser abraçados por empresas de diversos setores. Confira

Economia circular: consultoria Upcycle mostra formas de colocar esse conceito em prática (We Are/Getty Images)

Economia circular: consultoria Upcycle mostra formas de colocar esse conceito em prática (We Are/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2022 às 08h00.

Por muito tempo, a economia linear – baseada na extração, na produção e na utilização – foi tida como norma, mas com o tempo percebeu-se que ela não é sustentável por conta dos resíduos gerados. Foi então que entrou em cena o conceito de economia circular

O que é economia circular

A economia circular propõe uma nova forma de produção e consumo, fazendo com que empresas e pessoas repensem suas relações com a matéria-prima utilizada na fabricação e no design de produtos e nos resíduos descartados após a produção e o uso. A ideia é que todo o processo seja mais sustentável, com bem menos descarte.

Com tantas empresas buscando um modelo de negócios mais sustentável, alinhado ao ESG (práticas que levam em conta o meio ambiente, o social e a governança), cresce também o interesse das companhias por saber como adaptar suas operações ao formato da economia circular

Segundo a consultoria Upcycle, que se propõe a ajudar as empresas nessa transição, os modelos de negócio para economia circular podem ser entendidos como aqueles que incluem em sua proposta de valor princípios como: fazer negócio eliminando geração de resíduos e impactos ambientais, circulando recursos e produtos em uso por mais tempo, e regenerando os sistemas naturais.

Há, de acordo com a Upcycle, cinco tipos de modelos de negócios na economia circular:

1. Produto como serviço: é o mais complexo e exige profundas mudanças nos processos das empresas, porque muda a relação do cliente com o produto e a organização. 

O cliente deixa de ser proprietário do item para simplesmente aproveitá-lo como experiência – e questões de manutenção, por exemplo, passam a ser resolvidas pela empresa, e não pelo consumidor. 

É o caso do aluguel de carros, ao invés da compra do bem. Nesse modelo, o fim de vida do produto passa a ser responsabilidade da empresa, permitindo que peças sejam reaproveitadas. Além disso, um produto pode atender a mais de um cliente com maior facilidade, reduzindo assim o consumo de recursos.

2. Compartilhamento: nesse modelo a experiência do cliente também dita as regras, e o foco é ter produtos que atendam a necessidade de mais de uma pessoa. Assim, o produto fica disponível para um grupo de pessoas que, a qualquer momento, pode utilizá-lo. 

Airbnb é um exemplo. Esse formato intensifica o uso do produto, reduzindo a necessidade de se produzir mais.

3. Recuperação de recursos: o principal objetivo desse modelo de negócio é recuperar valor dos recursos por meio de estratégias como reciclagem e uso em cascata em ciclo fechado ou aberto. Logística reversa entra aqui, por exemplo. Os consumidores, nesse modelo de negócio, também têm papel-chave na devolução dos produtos utilizados.

4. Extensão da vida útil do produto: a ideia aqui é recuperar valor ampliando a vida útil do produto. Isso pode ser feito por meio da remanufatura, recondicionamento, manutenção, upgrade e reuso.

5. Insumos circulares: empresas que atuam nesse modelo de negócio utilizam insumos que foram restaurados, como os reciclados e renováveis. Em essência, esses modelos capturam valor a partir da escolha de matérias-primas que são recicladas, renováveis, biodegradáveis, não tóxicas e possuem menor pegada ecológica.

Além disso, a energia utilizada na cadeia de valor tem origem renovável, e a escolha e combinação das matérias-primas e componentes facilitam estratégias de circularidade no fim de vida do produto. 

Produção de fertilizantes orgânicos

É nesse modelo que atua a produção de fertilizantes da JBS Novos Negócios. A empresa entrou recentemente no segmento com a inauguração da Campo Forte Fertilizantes, uma planta industrial localizada em Guaiçara, no interior de São Paulo, com capacidade para fabricar 150 mil toneladas por ano de produtos.

A iniciativa amplia a atuação da JBS na economia circular, em linha com o compromisso Net Zero 2040 da companhia, e é resultado de um estudo iniciado em 2016 para identificar como fazer o melhor aproveitamento de resíduos das operações.

A instalação demandou R$ 134 milhões em investimento. A Campo Forte produzirá uma linha completa de fertilizantes orgânicos, organominerais e especiais, a partir do aproveitamento de resíduos orgânicos e matérias-primas minerais, resultados de um alto investimento em inovação.

A operação atenderá tanto empresas como os consumidores finais, com uma proposta de venda consultiva e técnica, apoiada por análises laboratoriais e suporte na tomada de decisão de compra. 

Para entender qual modelo de negócio da economia circular melhor se encaixa no atual formato de atuação de uma companhia, é preciso conduzir uma análise estratégica, explica a Upcycle, identificando valores que ainda não são capturados no modelo de negócio atual. Assim, fica mais fácil entender qual formato de negócio tem melhor aderência à empresa e ao mercado.

Na economia circular, as empresas privilegiam o reaproveitamento de resíduos para dar origem a novos produtos (Saravutvanset)

Acompanhe tudo sobre:JBSNetZero

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